O MacBook Air é um laptop que chama a atenção. Quando foi lançado, foi o primeiro laptop a caber em um envelope, mas ele não era muito potente. Depois de atualizado, e graças principalmente ao armazenamento flash, ele passou a impressionar muita gente. Mas ultraportáteis ficaram quase que restritos à Apple – tentativas de replicá-lo fracassaram ou custam caro demais. Eis que chegam os Ultrabooks: a Intel aposta US$300 milhões em uma geração de ultrafinos que, segundo a empresa, serão 40% de todos os laptops vendidos até final do ano que vem.
Já falamos antes sobre Ultrabooks: são laptops com até 2cm de espessura, feitos de metal para dissipar melhor o calor, e que contam com processador Intel, armazenamento SSD, bateria de longa duração e boot rápido (até 7 segundos). Ou seja, são MacBooks Air que rodam Windows – e que precisam custar menos.
Por que comprar um Ultrabook, e não um MacBook Air? Bem, como lembra Peter Bright do Ars Technica, o Air tem alguns detalhes que podem irritar. Por algum motivo a Apple reorganiza as teclas do teclado, e ainda esconde símbolos usados em idiomas que não o inglês (como os acentos). Quer as teclas home/end, ou page up/page down? Não tem. E por que a tecla Enter Return é tão amassada? Pode parecer bobagem, mas isso pesa muito para quem usa bastante o teclado todo dia e não quer se reacostumar. E, claro, há o fator Windows: querendo ou não, esse é o OS mais usado do mundo, e há quem simplesmente não queira o OS X, ou o Boot Camp.
Ou seja, há motivos para ultrafinos que não sejam da Apple. O grande motivo, no entanto, seria o preço, e a Intel sabe disso: eles querem que os Ultrabooks custem menos que US$999 – ou seja, menos que o MacBook Air mais barato. Mas as fabricantes de PC dizem que não dá. Ao que parece, elas constroem laptops usando muitas peças separadas, o que gera maior diversidade de modelos, mas dificulta a criação de modelos ultrafinos. As fabricantes dizem que, para ganhar da Apple no preço, elas precisam de um desconto de 50% nas peças da Intel. A Intel oferece 20%.
A Intel foi além de descontos, no entanto: eles vão investir US$300 milhões durante três anos em novas tecnologias de telas, baterias e chassis especiais que os Ultrabooks precisem. Mas eles precisam ir além: eles precisam mudar a forma como as fabricantes produzem laptops, fazendo-os integrar melhor a tecnologia que já existe. Steve Jobs, quando mencionou o processo de construção monobloco usado em seus laptops, disse ao mundo dos PCs: “alcancem-nos se puderem”. Isso foi em 2008. Estamos em 2011, e ainda não alcançaram a Apple.
A prova de fogo será no final do mês, quando chegam ao mercado americano os primeiros Ultrabooks. Ao que parece, veremos mais modelos da Acer, Asus e Samsung – Dell e Toshiba estão mais cautelosas. E quanto eles devem custar? Bem, entre US$999 e US$1.999. Então… não é melhor comprar um MacBook Air, que custa o mesmo? [Ars Technica]
Fotos por This Is My Next