Rara espécie de macaco topetudo é visto no Brasil pela primeira vez em 80 anos

Faz 81 anos desde que alguém avistou um Pithechia vanzolinii selvagem. Em uma expedição recente para o rio Juruá na bacia amazônica, um grupo de cientistas conseguiu capturar as primeiras fotografias tiradas deste primata evasivo em seu habitat natural – e nossa, ele é meio estranho. Conforme relatado em Mongabay, o raro macaco foi descoberto […]

Faz 81 anos desde que alguém avistou um Pithechia vanzolinii selvagem. Em uma expedição recente para o rio Juruá na bacia amazônica, um grupo de cientistas conseguiu capturar as primeiras fotografias tiradas deste primata evasivo em seu habitat natural – e nossa, ele é meio estranho.

Conforme relatado em Mongabay, o raro macaco foi descoberto no início deste ano por uma expedição científica liderada por Laura Marsh, uma especialista nesse tipo de macaco. Há três anos, Marsh conseguiu convencer a comunidade científica de que este macaco não é uma subespécie de um primata relacionado, mas sim uma espécie distinta: Pithecia vanzolinii. Para qualificar o argumento e documentar a espécie na natureza, ela organizou uma expedição de três meses, chamada Houseboat Amazon, que provou ser um sucesso.

Na década de 1930, o naturalista equatoriano Alfonzo Olalla coletou uma série de espécimes vivos de Pithecia vanzolinii onde descreveu um grande macaco com uma longa cauda fofa e pelo dourada em seus braços. O macaco foi visto novamente em 1956, quando dois espécimes mortos foram coletados pelo ornitólogo Fernando da Costa Novaes e pelo taxidermista M. M. Moreira. No começo deste ano, cientistas encontraram um Pithecia vanzolinii morto por caça. A expedição do Houseboat Amazon esperava ser a primeira a observar este animal na natureza em mais de oito décadas.

O quinto Beatle ou um Pithechia vanzolinii? (Imagem cortesia de Christina Selby)

Para a expedição, Marsh foi acompanhada por uma equipe de primatólogo, guias de campo, um fotógrafo e um operador de drone. Em 1º de fevereiro de 2017, a expedição partiu para a floresta ao longo do rio Juruá, que nasce no Peru e banha os estados do Acre e Amazonas..

Em apenas quatro dias da expedição, uma das canoas do percurso teve problemas para percorrer um rio. Um dos guias de campo, Ivan Batista, avistou um Pithechia vanzolinii em uma árvore alta, a cerca de 200 metros acima da floresta. O macaco foi visto jogando-se de galho e galho para um riacho perto do rio Eiru, um afluente do rio Juruá.

Mas foi apenas um aperitivo do que estava por vir. Durante os próximos três meses, a equipe de Marsh documentou as espécies ao longo de toda a área pesquisada nas proximidades dos afluentes do sul do Juruá no estado do Amazonas e a oeste do rio Tarauacá até o lado oeste do rio Liberdade. Armado com esses dados cruciais, Marsh está agora pedindo para as autoridades locais fazer o que puderem para preservar esse raro macaco da Amazônia.

“Dado o que vimos, se nenhum outro controle de caça e derrubada de florestas for imposto, além do que as limitadas reservas que já existem, o estado de conservação do Pithechia vanzolinii  pode se tornar crítico”, explicou Marsh a Mongabay. “A maioria dos macacos grandes, que são uma fonte de alimento preferida [para comunidades locais], foram caçados das florestas ao longo dos rios Eiru e Liberdade”.

Na verdade, assim que este macaco foi redescoberto, seu status foi colocado em questão. Além de sua caça ao longo da bacia hidrográfica de Juruá, o macaco é ameaçado pelo desmatamento florestal, pecuaristas e construção rodoviária. Espero que o pedido de Marsh pela conservação seja atendido, e nós veremos mais desse macaco incrível.

Imagem de topo: cortesia de Christina Selby

[Houseboat Amazon via Mongabay]

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