Pesquisadores desenvolveram uma técnica para reconhecer rostos usando a assinatura térmica, o que abre a possibilidade de reconhecimento facial mesmo no escuro. Ou seja, computadores conseguirão identificar você mesmo à noite.
Em um novo estudo, pesquisadores do Instituto de Antropometria e Robótica e do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe desenvolveram um novo método para comparar uma foto comum e visível de um rosto a uma imagem feita com infravermelho daquele mesmo rosto.
Este é um problema frustrante, pois há pouca correlação evidente entre os dois tipos de imagem, como ilustrado abaixo:
Por isso, os pesquisadores usaram uma “rede neural profunda” para encontrar a correlação entre os dois tipos de imagens. Redes neurais profundas são programas de computador projetados para imitar a forma em que cérebros humanos pensam. Se forem treinados com um conjunto de dados grande o suficiente, eles conseguem fazer conexões baseados em uma complexa série de fatores. Você sabe, como se fosse um cérebro humano.
Existem poucos conjuntos de dados de imagens visíveis com correspondentes em infravermelho. Felizmente, a Universidade de Notre Dame criou uma base de dados assim, que inclui 4.500 imagens de oitenta pessoas sob iluminação normal e sob infravermelho.
Ao usar a rede neural para encontrar correlações, este tipo de comparação entre faces funcionou consideravelmente bem. Quando o sistema tinha várias imagens visíveis para comparar com a fotografia térmica, a rede fazia a escolha correta em 80% das vezes.
Entretanto, ainda falta muito para chegarmos a patamar confiável: com apenas uma imagem visível, este número caía para 55%. Por isso, para a tecnologia funcionar bem, é preciso ter várias amostras infravermelho de um mesmo rosto.
Dado que isto deve ser usado para fins de segurança e vigilância, esse não deve ser um problema tão grande: é fácil imaginar governos, polícia e forças militares criando uma base de dados enorme com esse tipo de imagem, para compará-la a fotos de fichas criminais, de carteiras de habilitação, entre outros. Assim, agências governamentais serão capazes de identificar você mesmo quando não puderem ver seu rosto.