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Relatório anual da China mostra maior fase de calor extremo desde 1961

Além do calor intenso em 2022, a China também registrou o menor índice de chuvas das últimas 5 décadas no ano passado

Relatório anual chinês mostra maior fase de calor extremo desde 1961

Imagem: Yang Aijun/World Bank/Divulgação

Em 2022, a China enfrentou a maior onda de calor e o menor índice de chuvas desde 1961. É o que mostra o relatório “Estado do clima da China”, lançado anualmente pelo Centro Nacional do Clima, estatal que equivale ao Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) no Brasil. 

No documento, publicado em 18 de abril, o órgão chinês alerta para índices extremos registrados no ano passado. Segundo o diretor do serviço, Li Wei, a China experimentou condições climáticas gerais “mais desfavoráveis” que o normal. 

A agência climática chinesa alertou para “temperaturas extremamente altas” a “níveis sem precedentes”. No verão, as regiões centro e leste enfrentaram a onda de calor mais intensa desde 1961. 

Em agosto, parte do país registrou uma onda de calor extremo que se estendeu por mais de um mês e colocou grandes cadeias de abastecimento em risco, incluindo linhas de produção da Apple e Tesla. Em um único dia, cidades registraram temperatura máxima de 45ºC

Segundo o relatório, a SAT (Temperatura Estática do Ar, na sigla em inglês) ficou em 10,51ºC, a segunda mais alta desde 1961, quando o país começou a acompanhar os dados anualmente. A medida ficou acima da média histórica em seis regiões do país. 

As chuvas também atingiram o nível mais baixo desde 2012, com os meteorologistas identificando um padrão notável de ocorrências de seca em diferentes regiões. O sul da China foi especialmente afetado, com períodos de seca prolongados no verão e outono. 

De modo geral, essas duas estações do ano registraram precipitação abaixo da média em todo o país. 

Desequilíbrio 

Enquanto ondas de calor causavam secas prolongadas de um lado da China, o outro enfrentou fortes chuvas e frio intenso de forma desigual. 

No sul e nordeste, as populações abastecidas pelas bacias do Rio das Pérolas e Songliao sofreram com tempestades que causaram desastres e inundação. A região sul também enfrentou frio intenso e neve em fevereiro, mês de primavera. 

Ao final de novembro, no outono, a área voltou a esfriar, com registro de tempestades de areia mais frequentes e atrasadas que o esperado. Além disso, a frequência de tufões na costa, o que é comum, foi excepcionalmente baixa no ano passado. 

Os cientistas demonstraram preocupação com a aproximação do El Niño, em 2023. Por causa do aquecimento das águas oceânicas, o fenômeno pode intensificar o período de secas no norte chinês e os alagamentos na região sul. Nesta reportagem, mostramos os efeitos que o El Niño pode causar no Brasil

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