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Remédios vendidos via spam estão matando pessoas nos EUA e ninguém faz nada

Abra a sua pasta de spam agora e você provavelmente encontrará um e-mail gramaticalmente todo errado lhe oferecendo V1agra ou C1al1s. Embora você saiba que essas pílulas não são confiáveis nem permitidas pela Anvisa ou qualquer órgão do tipo, muita gente desinformada simplesmente não liga ou acaba comprando esses remédios por ingenuidade. Brian Krebs diz […]

Abra a sua pasta de spam agora e você provavelmente encontrará um e-mail gramaticalmente todo errado lhe oferecendo V1agra ou C1al1s. Embora você saiba que essas pílulas não são confiáveis nem permitidas pela Anvisa ou qualquer órgão do tipo, muita gente desinformada simplesmente não liga ou acaba comprando esses remédios por ingenuidade. Brian Krebs diz que esse problema está fora de controle.

Em uma parte do seu novo livro, Spam Nation, Krebs mergulha no submundo por trás do comércio ilegal de medicamentos vendidos apenas sob prescrição médica. Essas pílulas, obviamente, não são seguras. Em um caso citado ali, Marcia Bergeron, uma mulher de 57 anos, morreu porque o medicamento que ela tomava continha urânio e chumbo.

Embora muitos dos medicamentos que as pessoas compram online sejam anunciadas como vindos do Canadá, Krebs relata que a maior parte deles tem origem na Índia, China e Paquistão. Nem os medicamentos, nem as empresas que os vendem são regulados, e por esse motivo, não têm que respeitar lei ou norma de segurança alguma. Os números são estarrecedores. De aproximadamente 41 mil farmácias online, apenas 200 são legítimas. Um estudo com 2.500 farmácias do tipo, conduzido pela gigante farmacêutica Merck, descobriu que 80% sequer exigiam receita médica. Isso não é nada, porém, perto do que essas pílulas realmente são:

A Merck descobriu que quase 600 dessas farmácias estavam vendendo remédios a um preço abaixo do menor preço disponível em qualquer mercado, de qualquer lugar, o que indica fortemente que eles eram apenas imitações – e muito provavelmente inseguros.

Você poderia achar que a indústria farmacêutica e a FDA, equivalente à Anvisa dos EUA, poderiam estar à frente dos testes desses medicamentos, mas elas não estão. Krebs diz que muitas partes envolvidas hesitam em testá-los porque se descobrir que as drogas são mais seguras do que suspeitávamos, muita gente poderia parar de comprar as versões mais conhecidas desses medicamentos.

O ônus de testar remédios, nos EUA, recai quase que totalmente aos pesquisadores acadêmicos. Embora eles recebam aprovação para testar drogas ilegais, como cocaína, conseguir a aprovação para testar remédios comprados de spam é mais difícil — por incrível que pareça.

O lado bom da pesquisa de Krebs é que parece que as engrenagens governamentais dos EUA começaram a girar. Em uma reunião secreta na Casa Branca, acredita-se que oficiais do governo praticamente exigiram que empresas da Internet como Google, Microsoft, Yahoo e PayPal tomem a iniciativa sobre o comércio ilegal de remédios que rola em suas plataformas. O que ficou subentendido é que se elas não agirem por conta própria, o governo intervirá. A pergunta que fica, porém, é por que ele já não está intervindo?  [Amazon via Politico]

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