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“Réplica” da Arca de Noé é atração criacionista em parque temático nos EUA

Um grupo cristão nos EUA construiu uma arca gigante para defender a ideia de que a Arca de Noé existiu e a Terra tem só 6.000 anos.

Construída por pessoas que acreditam que a Terra tem 6.000 anos de idade, uma “réplica” da Arca de Noé – com 155 metros de comprimento e custo de US$ 100 milhões – será inaugurada em breve em um parque temático em Kentucky, nos EUA. Críticos dizem que não passa de uma igreja que será usar para perpetuar ideias criacionistas.

O novo parque temático, chamado Ark Encounter, vai abrir oficialmente em Williamstown, Kentucky, no dia 7 de julho. No começo da semana, cerca de 7.000 visitantes foram convidados para presenciar uma cerimônia de inauguração.

A construção da arca, que começou em 2010, foi iniciada por um grupo cristão chamado Respostas em Gênesis, liderado por Ken Ham. A estrutura foi feita para celebrar o trabalho de Noé, e para servir de prova e que as histórias da Bíblia são verdadeiras.

“Acredito que ela será um dos maiores feitos cristãos dessa era na história,” disse Ham durante a cerimônia, segundo o LA Times. “Pessoas do mundo inteiro virão visitá-la.”

A arca, construída de acordo com as dimensões encontradas na Bíblia, mede 155 metros de comprimento, 24 metros de largura e 15 de altura. Seu interior conta com diversas exibições, incluindo a família de Noé, jaulas com réplicas de animais, e até mesmo um dinossauro. O grupo Respostas em Gênesis, como muitos cristãos fundamentalistas, acredita que os dinossauros existiam há 6.000 anos, mas foram extintos durante o Grande Dilúvio.

O financiamento do projeto foi complicado no começo, mas as coisas mudaram em 2014, quando Ham participou de um debate com Bill Nye, cientista e educador científico famoso nos EUA por apresentar o programa de TV Eureka (Bill Nye the Science Guy). A exposição do debate resultou em um aumento nas doações para o parque, incluindo uma emissão de títulos local, o que canalizou dezenas de milhões de dólares para o projeto.

Recentemente, um juiz federal disse que o projeto federal poderia receber incentivos fiscais de até US$ 18 milhões, contanto que testes religiosos fossem administrados para os funcionários. Críticos dizem que essa decisão é uma violação da separação entre Igreja e Estado.

As críticas ao projeto, aliás, não são poucas. “Basicamente, esse barco é uma igreja que cria crianças cientificamente analfabetas e mente a elas sobre a ciência,” disse Jim Helton, líder de um grupo ateísta chamado Tri-State Freethinkers, ao LA Times. Para ativistas como Helton, o parque temático religioso é um retrocesso no esforço de remoção de ensino criacionista em aulas de ciências nos EUA.

O grupo de Ham estima que a atração vai receber até 2 milhões de visitantes no seu primeiro ano.

[LA Times]

Fotos: AP

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