[Review] Google Daydream View: um headset confortável e limitado para realidade virtual
Não são os jogos que realmente me impressionam quando eu coloco o headset de realidade virtual Daydream View. Não são os locais que o app do Google Maps me permite visitar. Nem mesmo é a sensação imediata de admiração que ainda sinto pela VR. É o conforto em usar este headset.
“Parece que estou usando um suéter no rosto”, elogia meu colega de trabalho, e eu sinto a pressão súbita de mãos sobre o headset, acariciando suavemente o tecido macio de malha jersey que envolve o dispositivo.
Este é o primeiro headset VR do Google, o Daydream View de US$ 80, e ele realmente parece um suéter no meu rosto – do melhor tipo, daqueles confortáveis que você usa para se proteger quando está frio e chuvoso.
A plataforma Daydream
O Daydream View acompanha o lançamento da nova plataforma de VR do Google para Android, chamada Daydream. Isso faz parte da grande incursão da empresa na realidade virtual, onde ela acha que o sucesso não virá de sistemas como o HTC Vive ou Playstation VR, e sim de sistemas móveis como o Samsung Gear VR.
Consequentemente, o Daydream View é barato, bastante amigável e não requer nada mais do que o headset e um smartphone Android compatível. (Atualmente, só o Google Pixel é totalmente suportado; aparelhos poderosos o suficiente serão “aprovados” para Daydream.)
A experiência VR e a loja de aplicativos Daydream são praticamente idênticas ao que vimos no Samsung Gear VR. Isso significa que os menus são todos iguais, a realidade virtual ainda tem um problema de foco visual, a bateria acaba mais rápido, e o smartphone fica quente o bastante para que você não queira colocá-lo em seu bolso imediatamente depois.
Por enquanto, a quantidade de apps é baixa: durante meu teste, havia poucos além do YouTube, Google Maps (que permite navegar por versões VR de pontos turísticos) e dois jogos. O Google promete mais conteúdo, incluindo 20 jogos, Netflix, HBO e Hulu.
Design
Se a experiência VR é quase idêntica à de concorrentes, e a seleção de apps é familiar, o que resta é o headset em si – e ele é diferente de qualquer outro disponível no mercado. Ele é macio como um travesseiro; normalmente, headsets VR são feitos de plástico rígido intercalado com partes macias para evitar desconforto.
O Daydream View, por outro lado, é totalmente envolto em tecido absorvente. Portanto, ele é confortável de se usar no rosto por longos períodos de tempo, e será menos provável que seu rosto fique revestido em um brilho fino de suor – como inevitavelmente acontece com outros fones de ouvido.
Mas todo esse tecido pode ficar sujo fácil. Se sua amiga que ama base resolver experimentá-lo, você vai acabar aplicando essa maquiagem no seu rosto da próxima vez que colocar o Daydream View. Se seu pai tiver pele oleosa, o headset pode ganhar manchas novas. O Daydream View é amigável ao usuário, mas não é exatamente feito para ser compartilhado – não a menos que você goste de passar suéteres com suor no rosto.
Isso é uma pena, porque o Daydream View pode iniciar uma boa conversa, e é uma solução VR bem simples. O PlayStation VR ainda é o vencedor quando se trata de jogos e de suporte a longo prazo, mas o Daydream View é incrivelmente natural de se usar.
O pequeno controle remoto que vem com o headset rapidamente faz pareamento via Bluetooth, e com pouco trabalho. Ele se encaixa bem na mão, e é incrivelmente responsivo. Eu já o emprestei para várias pessoas, e elas sempre tiveram facilidade em usá-lo.
O Daydream View também tem a solução mais simples e esperta para armazenar o controle. Basta abrir a porta onde fica o smartphone e deslizar o controle em seu pequeno recanto. Você está imediatamente pronto para viajar com o dispositivo e não se preocupar em perder um componente-chave.
Usando
O headset tem um chip NFC escondido na porta onde fica o controle quando não está em uso. Coloque o smartphone ali, e ele instantaneamente sabe que foi colocado no headset e abre o aplicativo Daydream.
Esta é uma solução muito mais elegante e mais simples do que a Samsung usa no Gear VR – conectar o smartphone ao headset via USB. Contudo, esta simplicidade significa que o visual não parece tão elegante. O smartphone desaparece quando está no Gear VR, mas parece estranhamente encravado quando está no Daydream View.
No entanto, há muito menos bugs e engasgos no sistema Daydream do que no Gear VR, e ele tem o potencial de funcionar com mais dispositivos. O headset da Samsung requer smartphones da marca; o Daydream exige apenas que o celular seja rápido o suficiente e tenha o chip NFC apropriado. Oito fabricantes diferentes, incluindo a Samsung, já estão preparando smartphones compatíveis; o Google Pixel é apenas o primeiro.
Conclusão
O Daydream View custa US$ 80; é um investimento pequeno para quem já tiver um smartphone compatível, e permite entrar em um novo ecossistema que o Google promete apoiar por algum tempo. É uma ótima maneira de começar no mundo da realidade virtual.
Mas se você estiver em um dispositivo iOS ou tiver um smartphone Android mais antigo e zero planos de atualizar, então o Daydream View não é para você – é legal, mas não vale a pena trocar de OS nem comprar um smartphone novo.
Destaques
• O headset é bem macio e confortável
• Todo o headset é de tecido, o que significa que ele absorve suor e não é fácil de limpar
• A configuração é simples, mas exige um smartphone aprovado para Daydream
• Esta é uma experiência VR para smartphone , então não é perfeita; e você terá dificuldades iniciais para ajustar o foco
• Por US$ 80 pelo headset e controle, esta é a solução VR interativa mais barata
Fotos por Alex Cranz/Gizmodo