[Review] Intel Haswell: um processador para laptops pode agradar entusiastas?

Hardwares mais rápidos não deveriam ser sombrios deste jeito. Ainda assim nós não conseguimos disfarçar nossas preocupações em relação à quarta geração de processadores Core i7 da Intel, Haswell. Sim, na forma típica da Intel, é um tour de força de realização técnica e recursos que sempre queremos. E também, por sinal, é muito rápido. […]

Hardwares mais rápidos não deveriam ser sombrios deste jeito. Ainda assim nós não conseguimos disfarçar nossas preocupações em relação à quarta geração de processadores Core i7 da Intel, Haswell. Sim, na forma típica da Intel, é um tour de força de realização técnica e recursos que sempre queremos. E também, por sinal, é muito rápido.

Quão rápido? Vamos dizer que o novo Core i7-4770K supera facilmente o queridinho midrange anterior, o Core i7-3770K, como o melhor em performance, e ainda dá trabalho para um hexa-core high-end.

 

ku-xlarge

Então o que nos faz tão tristes? Talvez o futuro sombrio dos PCs, que, apesar de gerar alegria com a sua velocidade, pode estar com os dias contados.

Ou talvez seja porque está claro que, por mais que Haswell seja rápido, ele obviamente foi projetado principalmente para beneficiar laptops, tablets e outros computadores menores, e não desktops. Vamos dizer que, mesmo felizes com o desempenho que Haswell tenha, ainda estamos preocupados com o compromisso da Intel de melhorar o desempenho da computação em desktops.

A linha Haswell

original (4)

original (2)

Um novo Haswell inclui a ponte sul dentro do pacote

A mistura Haswell

Uma nova plataforma é apenas um dos recursos que vai animar os entusiastas. A mudança mais perceptível é a introdução de um novo socket. O LGA1155 nos acompanhou em Sandy Bridge e Ivy Bridge, mas a Intel não gosta de fazer você se sentir confortável com uma placa mãe, e está trocando o velho LGA1155 por um novo LGA1150. Os dois, obviamente, são incompatíveis. Por que? Não é só para te irritar, mas também possivelmente pelo fato da Intel não conseguir integrar os novos recursos de Haswell no LGA1155. O novo socket não deveria ser surpresa para quem lê o Maximum PC, já que falamos dos planos da Intel para Haswell há um tempo, mas agora é oficial: se você quer a nova CPU, vai precisar de uma placa-mãe nova.

original (1)

Você vai precisar de uma nova placa-mãe para Haswell

FIVR

Há muito tempo dizemos que as CPUs da Intel são buracos negros gravitacionais que sugam tudo para dentro deles. Nehalem comeu o controlador de memória. Lynnfield engoliu PCIe. Sandy Bridge incorporou os gráficos. E Haswell tem um novo regulador de voltagem totalmente integrado, ou FIVR (da sigla em inglês Fully Integrated Voltage Regulator), dentro do pacote. Ao integrar o regulador de voltagem, a Intel simplificou as entradas de energia na CPU mas também tirou muito do controle das fabricantes de placa-mãe. O FIVR não elimina toda a regulação de voltagem da placa-mãe, já que a energia para a CPU ainda precisa vir de algum lugar, então você ainda vai encontrar placas com esses circuitos.

Ao integrar a regulação de voltagem, a Intel conseguiu regular a energia para um grau maior do que era possível mesmo nas melhores placas-mãe. A ondulação de voltagem é praticamente nula no projeto, e o desempenho do FIVR supera qualquer coisa que possa ser feita externamente. O FIVR tecnicamente também reduz o custo da placa-mãe, já que alguns reguladores externos não serão mais necessários.

Mas nem tudo é bom. Ele adiciona mais calor à CPU e eleva a TDP do 4770K para 84 watts em comparação com os 77 watts do seu antecessor.

A grande questão para usuários de desktops é por que? A verdade é que suspeitamos que a mudança não beneficia usuários de desktop. Beneficia laptops, all-in-ones, e tudo mais que precisa realmente de controle preciso sobre energia e voltarem em um pacote pequeno. Em outras palavras, é uma ação para mobile. A boa notícia é que isso não parece afetar em nada os entusiastas. Você vai precisar de resfriamento para rodar Haswell em overclock, mas você sempre precisou disso.

Perdas e ganhos em overclock

Quando a Intel saltou de Lynnfield para os chips Sandy Bridge, ela deixou para trás a capacidade de melhorar o clock para fazer overclock em um chip. Overclockers ainda podem ter as CPUs “K” destravadas para overclock, mas mesmo partes não-K podem fazer overclock por quatro posições através do multiplicador das placas série Z. Com Haswell, este recurso foi eliminado, e peças não-K são completamente bloqueadas em todas as formas possíveis.

A boa notícia é que a Intel adicionou mais três botões para overclock em chips K. Pegando emprestado dos chips E Sandy Bridge, os chips Haswell K agora oferecem faixas de CPU adicionais para overclock. Em vez de limitar a apenas a 100MHz e um pouco acima disso, as taxas adicionais de 125MHz, 160MHz e 250MHz devem ajudar a fazer overclock na CPU sem precisar fazer overclock no PCIe e outros componentes.

L4, mas não para você

Uma das coisas mais interessantes no desenvolvimento das peças de Haswell é o novo Core i7-4770R. Este chip conta com 128MB de DRAM incorporada, ou eDRAM, para amenizar problemas de largura de banda de memória em gráficos. Não se importa com gráficos integrados? Você deveria, porque a peça R do eDRAM também funciona como um grande cache L4, que, de acordo com alguns desenvolvedores, oferece um grande impulso em desempenho além dos gráficos. A má notícia é que você não consegue isso em nada além de um chip BGA hoje. Depois de ouvir objeções de veículos entusiastas em tecnologia (nós ajudamos às vezes!), a Intel está considerando a possibilidade de oferecer um chip R encaixado.

TSX para alguns de nós

Muito foi dito sobre o recurso de transação de memória da Intel, o TSX, em Haswell. TSX essencialmente torna mais fácil para programadores escreverem códigos em vários segmentos ao tratar a complexidade de ter que bloquear partes em uma matriz de dados. TSX permite que o processador faça muito do trabalho duro. Eis a notícia ruim: aparentemente o TSX só está disponível em alguns chips. A Intel não especifica quais chips contém TSX e quais não, mas uma tabela vazada na Tom’s Hardware indica que os dois chips que importam para nós – os dois K destravados – não têm.

E a boa notícia?

Então, Haswell esquenta mais, tem mais controle de voltagem, elimina o overclock em chips não-K, não dá acesso à versão com grande cache L4, não tem TSX nas peças K, e, bem, exige uma nova placa-mãe. Você provavelmente está se perguntando onde estão as notícias boas para entusiastas.

Apesar de todas as nossas reclamações, vamos dizer que a Intel ao menos prestou atenção em uma métrica que importa bastante: desempenho. A Intel não apenas pegou Ivy Bridge, apagou o nome e escreveu Haswell. A empresa adicionou novas instruções a Haswell, incluindo AVX2 e FMA2, que vão beneficiar você. A empresa também aumentou as portas de execução e fez um monte de outras coisas pequenas visando a performance. O que significa que, clock por clock, Haswell tem desempenho consideravelmente melhor do que Ivy Bridge. A aparente falta de TSX, L$ gordo e overclock não devem te animar muito, mas as únicas pessoas que realmente devem ficar desanimadas são aquelas que acabaram de comprar um aparelho com LGA1155 e um Core i7-3770K top de linha.

Gráficos integrados finalmente ficaram bons o suficiente?

Os processadores x86 da Intel quase sempre causam inveja no resto do mundo. Podemos dizer isso sem que ninguém, exceto talvez o fanboy mais chato da AMD, discordar, porque quando falamos em performance x86, a Intel sempre superou os clocks dos outros. Do PowerPC ao 68000K e do SPARC para MIP, a Intel sempre foi melhor que os outros.

Quando falamos em gráficos, no entanto, muitos concordam que sempre foi o oposto. Alguns mais velhos vão lembrar da desastrosa entrada da Intel em gráficos discretos com a i740 no fim dos anos 1990. Apesar de previsões de analistas que afirmavam que era o fim das placas gráficas, a Intel abandonou sua placa de vídeo dois anos depois. Mas apesar do fracasso, ela transformou o limão em limonada quando incorporou o i740 no chipset 810. Acredite ou não, os gráficos integrados da Intel hoje dominam o mercado em penetração superando AMD e Nvidia.

Mas a Intel quer mais do que simplesmente superar gráficos ruins, e iniciou um processo para ganhar algum respeito. Todo ano, ela diz que seus gráficos integrados melhoraram muito, e normalmente as pessoas não acreditam. Com Ivy Bridge, no entanto, eles realmente melhoraram, mas no geral não conseguiam competir mesmo com peças low-end. Desta vez, é diferente. Será? Os gráficos em Haswell finalmente são bons o suficiente para substituir placas gráficas? Não podemos afirmar isto – ainda.

Em primeiro lugar, para ser justo com os gráficos da Intel, nossa capacidade de julgar seu desempenho é baseado apenas no HD6400 incorporado ao Core i7-4770K – uma CPU que ninguém deve usar sem uma outra GPU. A HD5000 e HD 5200 são as grandes apostas, mas não conseguimos usá-las. Mas a HD4600 realmente é melhor do que a de Ivy Bridge. Portal 2, que era considerado injogável em um processador Ivy Bridge em resolução 1080p, atingiu taxasd e quadros com qualidade de imagem razoáveis (mas não fantástico), apesar de alguns problemas. Não foi ruim. Resident Evil 6 em 1360×768 teve o dobro de desempenho em Haswell do que Ivy Bridge. Outros jogos também superaram bastante o antecessor. O suficiente para descartar placa gráfica dedicada? Não. Ao menos não com HD4600.

Gráficos Haswell x Ivy Bridge

original (3)

Benchmarks: um design mobile que não prejudica o desempenho em desktop

Escolher uma CPU para testar foi fácil: fomos direto para a Core i7-4770K, uma Core i7-3770K e, para dar a algumas pessoas uma perspectiva de como os chips LGA2011 se comparam, um Core i7-3820. E mesmo que não esteja na mesma faixa de preço dos outros, também decidimos testar o hexa-core Core i7-3930K para mostrar aos garotos de quad-core o que eles tão perdendo, ou não, com a falta de dois núcleos extra.

Por mais que sockets diferentes tornaram impossível usar placa-mãe idêntica nos testes, ao menos usamos a mesma fabricante com o objetivo de conseguir alguma uniformidade. Para LGA1155, usamos uma Asus P8Z77-V Premium, para LGA 2011 uma Asus Sabertooth X79, e uma nova Asus Z87-Deluxe para LGA1150. Cada placa-mãe foi equipada com 16GB de Corsair DDR3 a 1.600MHz. Todos os três sistemas usaram um SSD idêntico de 240GB Corsair Neutron GTX, com o mesmo firmware. Para gráficos, placas GeForce GTX 580 foram usadas com o mesmo driver. E em todos usamos o Windows 8.

original

Os resultados

Como dissemos antes, em desempenho, Haswell não desaponta. Rodamos Cinebench 10 em apenas um núcleo para avaliar o desempenho por núcleo. Haswell foi 17% superior a Ivy Bridge. Em relação a Sandy Bridge, foi cerca de 30% mais rápido.

Em outros benchmarks, a vantagem de Haswell permaneceu constante, com a nova CPU superando Ivy Bridge em quase todas as categorias, e as margens crescendo contra Sandy Bridge. Para a maior parte das coisas, Haswell oferece melhorias de 8 a 15% em relação ao antecessor.

Em busca de resultados mais aplicáveis ao mundo real, decidimos usar o popular HDRsoft PhotoMatix nas CPUs. Usamos nove arquivos RAW de uma Nikon D800 e fizemos a conversão. Pelo que podemos dizer, isso em particular é bastante pesado e literalmente para todo o resto enquanto roda. Haswell foi vitorioso, processando 22% mais rápido do que Ivy Bridge.

Nos testes de jogos com 3DMark, as CPUs sofreram no teste gráfico – nenhuma surpresa. Mas em teste de física, Haswell novamente teve um ganho de 10% em relação a Ivy Bridge. Em jogos reais, a diferença entre as CPUs variou. Rodamos testes em baixa qualidade e resolução para tirar a GPU do caminho. Em Dirt 3, vimos uma diferença impressionante de 34% entre Haswell e Ivy Bridge, e em Total War Shogun 2, 10%. Poderíamos continuar, mas em geral Haswell é mais rápido.

Qual eu deveria comprar?

Antes de mais nada, Haswell não invalida os sistemas Ivy Bridge. Máquinas projetadas com Ivy Bridge são bem rápidas e tem um ótimo desempenho, mas não existe motivo para criar uma máquina com uma CPU de geração antiga com um socket morto (boa sorte ao tentar conseguir outro LGA1155) com um chipset inferior. Desculpe, mas é a verdade, e nós sabemos que alguns de vocês acabaram de montar PCs com Ivy Bridge.

Quando comparamos o Core i7-4770K com Core i7-3820, é um pouco mais complicado. Haswell deixa Sandy Bridge-E comendo poeira. A única razão para considerar um Core i7-3820 agora é se você planejar futuras atualizações. A Intel deve lançar Ivy Bridge-E ou Ivy Town ainda neste ano.

Esta é a nossa sugestão em relação ao Core i7-3930K, também. O chip é quase o dobro do preço do Core i7-4770K, mas se você trabalhar com renderização 3D, ou codificação de vídeos, vale a pena. Você pode cortar o tempo de codificação de um vídeo de quatro horas para três horas com ele, e você também consegue fazer outros projetos em vez de simplesmente esperar.

Apesar de toda a nossa negatividade, temos que dizer que Haswell ainda nos faz sorrir. Não podemos deixar de pensar, no entanto, que a impressionante performance de Haswell poderia ser melhor se a Intel focasse em fazer algo mais voltado para desktop. Temos medo do futuro.

Comparação

original (2)

Benchmark

original (1)      original

Confira resultados completos de benchmarking no review completo da Maximum PC.

O Maximum PC traz as últimas notícias, reviews e tutoriais sobre PC.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas