[Review] Moto G 2015: melhor e mais caro em um mercado mais concorrido

Em 2013, a Motorola deixou todo mundo de queixo caído com o primeiro Moto G. Dois anos depois, o modelo chega em sua terceira geração, com várias melhorias.

Em 2013, a Motorola deixou todo mundo de queixo caído com o primeiro Moto G: era um smartphone com boas especificações e preço justo. Dois anos depois, o modelo chega em sua terceira geração, com algumas melhorias. Nós testamos o aparelho e trazemos agora nossas avaliações.

O que é?

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A terceira geração do Moto G, o smartphone que foi lançado pela Motorola em 2013 com o conceito até então inédito de “você pode ter um celular bom mesmo não tendo dinheiro para comprar um topo de linha”. A terceira encarnação do modelo chegou ao mercado pouco menos de um ano depois da segunda, e traz melhorias em alguns aspectos. Vamos a eles:

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Se por dentro são muitas novidades, por fora, o Moto G é praticamente o mesmo. A tela continua sendo um painel LCD com resolução HD (1280×720 pixels) e 5 polegadas de tamanho. A definição das imagens é boa, mas um pouquinho mais de saturação nas cores não faria mal. As dimensões também são praticamente as mesmas do modelo anterior, mas o novo é um pouco mais largo que o anterior. Na mão, bom de segurar, mas um pouco pesado e espesso demais. Chegar no canto oposto da tela com o polegar exige um pouco de esforço.

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No design, alguns elementos mudaram: a tampa traseira agora tem uma textura de ranhuras; não há mais detalhes em cinza na parte da frente do aparelho; o botão de bloquear tela também tem uma textura que o diferencia dos botões de volume, lisos; a lente da câmera traseira tem um detalhe metálico. Detalhes, mas que deixaram o Moto G com um aspecto, no geral, mais elegante. No entanto, eu preferia a traseira emborrachada do modelo anterior por dois motivos: a textura deixou a atual mais escorregadia e, no caso de cores mais claras, ela fica suja com muito mais facilidade, principalmente numa cor clara, como era o caso do amarelo do modelo que a Motorola cedeu para testes.

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A principal novidade no design, no entanto, é o Moto Maker, que agora está disponível no Brasil. Com ele, você consegue selecionar as cores da parte frontal, da tampa traseira e do detalhe da lente da câmera, além de poder adicionar uma frase na tampa traseira (o modelo de testes que a Motorola nos emprestou tinha um “É TOP! \O/\O/”), mudar a frase de saudação do sistema (que não pode ser alterada depois) e selecionar a versão — são quatro opções, sendo uma com 8GB de armazenamento interno e três com 16GB (1GB de RAM, 1GB de RAM com TV digital e 2GB de RAM).

Usando

O Moto G roda o Android 5.1 Lollipop. Como já nos acostumamos, o sistema praticamente não recebeu alterações feitas pela Motorola: Google Now Launcher, gaveta de aplicativos, tela de configurações, papeis de parede, apps, tudo permaneceu do jeitinho que o Google fez. Para você ter uma ideia, os apps que vêm instalados no Moto G mal completam duas páginas da gaveta. Nada de jogos, nada de redes sociais pré-instaladas.

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O que a Motorola fez foi acrescentar alguns apps para, nas palavras dela, “melhorar a experiência”. Quase tudo isso está reunido no app Moto, que traz:

  • o Assist: configurações específicas de notificação para seu Moto G dependendo dos eventos da agenda e da localização;
  • o Tela: o Moto G agora acende a tela automaticamente quando você tira o aparelho do bolso e mostra pequenos ícones de notificação, como o Moto X faz desde sua primeira geração;
  • o Ações — que ativa o suporte a gestos: gire duas vezes para abrir a câmera, agite duas vezes para ligar a lanterna.

Outros apps da Motorola são o Migração Motorola, para passar seus contatos, fotos, arquivos e o que mais tiver no seu celular antigo para seu Moto G, e o Connect, que serve para ligar o fone Pulse ao aparelho.

O resultado disso é que o Moto G ficou muito mais esperto e prático de usar. Você não precisa mais apertar um botão para liga a tela — parece um luxo, mas ao testar qualquer outro smartphone sem esse recurso nativo, você sente falta e percebe o quanto isso é prático. Os gestos também facilitam muito o uso e deixam o acesso à câmera muito prático. E não precisar nem ligar a tela para ativar a lanterna é excelente.

O processador é um pouco superior ao do modelo anterior — saiu um Snapdragon 400 e entrou um 410, o que deu 0,2GHz a mais. No Moto Maker, você também pode escolher uma versão com 2GB de RAM por R$130 a mais que o preço-base. A combinação funciona bem: o Moto G que testei praticamente não travou e ir de um app a outro era fácil. Não chega a ser um desempenho impressionante — fiz um comparativo rápido com o Sony Xperia M4 Aqua, quando os dois estavam aqui na redação, e o Motorola é, sim, mais lento — mas é um desempenho satisfatório.

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Além disso, como era de se esperar, é melhor que o do Moto G de segunda geração: no modelo antigo, algumas vezes, você tem que esperar alguns segundos até os ícones da tela inicial aparecerem. No novo Moto G (com 2GB de RAM, importante ressaltar) isso não acontece.

A bateria também cresceu: agora são 2470 mAh. É um pouco mais que o modelo anterior e é o suficiente (não mais do que suficiente) para durar um dia inteiro, mesmo para quem não costuma largar o celular, como é o meu caso. Usuários mais moderados não deverão ter problemas.

Câmera

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A câmera era uma das maiores fraquezas das duas primeiras gerações do Moto G. Nem mesmo a troca de um sensor de 5 megapixels por um de 8 na segunda geração foi o bastante: as imagens eram razoáveis e olhe lá. Para resolver este problema, a Motorola colocou na terceira geração do modelo o sensor da câmera do Nexus 6.

O software continua o mesmo, prezando pela simplicidade: toque em qualquer lugar da tela para disparar a câmera; deslize o dedo da esquerda para a direita para abrir uma roda de opções; deslize o dedo da direita para a esquerda para acessar a galeria de imagens. A grande novidade é que o Moto G agora permite abrir a câmera com o mesmo gesto do Moto X, girando o aparelho como se fosse uma maçaneta duas vezes.

O software abre rápido — não tanto quanto em um aparelho topo de linha, como um LG G3 ou um Sony Xperia Z3, para ficar com dois exemplos de aparelhos que já testei, mas mais rápido que de um intermediário como o Sony Xperia M4 Aqua.

A qualidade de imagens melhorou. O Moto G de 3ª geração captura mais detalhes e mais luz do que a 2ª geração do modelo, mas as imagens ainda têm um pouco de ruído, mesmo com boa iluminação. No geral, é uma câmera bastante decente, ainda que inferior a de modelos de topo de linha.

Veja algumas imagens de exemplo:

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Gostamos

O Moto G sempre foi um smartphone muito bom para sua categoria. A terceira geração melhora justamente os pontos fracos do aparelho, e mantém o que ele tem de melhor: o desempenho confiável e consistente. Não é um topo de linha, você não vai se impressionar com a velocidade, mas ele funciona muito bem, raramente trava e tem uma boa câmera. Além disso, alguns truques de software deixam a experiência mais agradável.

Não gostamos

É difícil apontar uma falha no aparelho. Por mais rigoroso que você seja, ele faz o suficiente para passar de ano quando vai mal. A bateria não impressiona, mas dá conta do recado. Ele é maior e mais pesado do que alguns concorrentes, mas não chega a ser um trambolho ruim de usar. Se você está acostumado com topos de linha, talvez ache o Moto G um pouco lento, mas para quem está acostumado com intermediários e aparelhos de entrada, ele funciona muito bem, obrigado.

Vale a pena?

É aqui que a questão fica um pouco mais complicada. A principal vantagem do Moto G sempre foi o custo-benefício. Quando foi lançado, em 2013, era surpreendente um smartphone com processador quad-core custar menos de R$ 1000.

Parte do problema é que, agora, o Moto G bateu nesse teto. A versão que testamos, com 2GB de RAM, começa em R$1.029 no Moto Maker, sem nenhum outro opcional, como capas extras ou gravação de nome. A mais simples, com 1GB de RAM e 8GB de armazenamento interno, sai por R$899.

A outra parte é que a Motorola não está mais sozinha como opção de baixo custo e qualidade. Asus e Xiaomi chegaram ao país e trouxeram opções interessantes ao longo dos últimos dois anos. A mais recente a disputar esse segmento é a Positivo, com sua marca Quantum. Mesmo não sendo equivalentes, um Redmi 2 custa R$400 a menos do que a versão com 8GB de armazenamento interno e 1GB de RAM, e não há nada no Moto G que justifique essa diferença de preço — a câmera, talvez, mas é pouco para justificar uma diferença tão grande de preço.

Por outro lado, se considerarmos o modelo mais caro — 16GB de armazenamento interno, 2GB de RAM, R$1.029 — ele fica entre R$200 e R$300 abaixo a modelos superiores, com bateria, câmera e processador melhores, ainda que defasados, como o Moto X de 2ª geração, o LG G3 ou o Xperia Z3 Compact.

Isso não quer dizer que o Moto G seja ruim. Longe disso, ele cumpre muitíssimo bem o que promete e continua sendo uma ótima compra, mas as mudanças do mercado nos últimos anos tiraram dele o posto de compra com custo-benefício inquestionável. Como a própria Motorola adora dizer, você tem opções — na concorrência, inclusive.

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