[Review] Moto G4 Plus: um bom smartphone intermediário com preço pouco camarada

O desempenho e as configurações técnicas do Moto G4 Plus chamam a atenção para quem quer um smartphone intermediário e pode pagar um pouco mais.

A linha Moto G fez sucesso quando chegou ao mercado em 2013, com a proposta de oferecer um aparelho bom a um preço acessível. Já estamos na quarta edição da linha de maior sucesso da Moto by Lenovo, e a evolução do aparelho é evidente: ele cresceu, ganhou tela e hardware melhores e, como manda o script, está mais caro.

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Passamos um bom tempo com o aparelho mais avançado da linha, o Moto G4 Plus, para ver como ele se sai no dia a dia e por que você deve dar uma chance (ou não) a ele.

O que é?

A família Moto G cresceu bem. Das 4,5 polegadas do primeiro modelo lançado há três anos, o G4 Plus tem um display IPS LCD de 5,5 polegadas com resolução Full HD (1920 x 1080). Apesar da tela grande, ele não parece tão enorme na mão, pelo fato de o display ocupar bem as laterais; a moldura é ocupada por um alto-falante na parte superior (que não conta com a peça aparente da versão anterior) e pelo sensor de biometria na parte inferior.

O processador é o competente octa-core Qualcomm Snapdragon 617 de até 1,5 GHz e GPU Adreno 405 de 550 MHz. Ele tem 32 GB para armazenamento (expansível com cartão de memória) e 2 GB de RAM.

No que diz respeito à estrutura, ele é um aparelho predominantemente de plástico com uma lateral de liga metálica. A versão que recebemos para teste contava com duas capas, sendo uma vermelha rugosa e outra preta.

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Usando

Devo confessar que fiquei satisfeito após ligar o Moto G4 Plus. Além dos apps do Google, ele contava apenas com pouquíssimos da fabricante, como o App Box (que traz sugestão de apps brasileiros), app da câmera, o Moto (que ajuda configurar personalizações, como a Moto Tela — que exibe notificações com o aparelho bloqueado) e o app de rádio FM.

Nada de navegador próprio, clientes de e-mail ou jogos que a fabricante considera importante para você. É quase o Android Marshmallow 6.0.1 puro. Isso é algo muito legal em um mercado em que as fabricantes gostam de colocar firulas no sistema idealizado pelo Google e demoram para disponibilizar atualizações — mas esperaremos para ver em quanto tempo o Android Nougat chegará aos Moto G.

Com o aparelho praticamente limpo, comecei a instalar alguns apps que costumo utilizar, como redes sociais e uns puzzles para passar o tempo. Os 2 GB de memória combinados com o bom processador da Qualcomm costumam aguentar bem todas as tarefas — não houve aquecimento do aparelho em atividades que exigiam mais processamento.

No entanto, ao navegar por uma página ou pela timeline do Twitter, por exemplo, a interface apresentou pequenos engasgos. Não é algo que chega a atrapalhar o uso do smartphone – nos puzzles e nos games de corrida que instalei, não comprometeram a experiência – mas é algo que pode incomodar um pouco.

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A tela ganhou 0,5 polegada comparada com o modelo de 2015 e agora tem resolução Full-HD. A experiência de ver vídeos nela é satisfatória. Algo que notei (e confesso que não tinha reparado em outros Androids) é que enquanto via vídeos no YouTube com tela cheia e segurava na região dos botões virtuais do Android, eles não eram ativados — o que é bem legal. Eles voltavam a funcionar quando eu voltava para o modo convencional do vídeo, ou quando eu tocava próximo ao leitor biométrico.

Outro ponto interessante é a autonomia da bateria, que segurou bem o tranco de uso por um dia tranquilamente. Com os 3.000 mAh de capacidade, foi possível sair de casa, consultar itinerário de transporte púbico, ouvir música no Spotify, jogar uns puzzles, acessar Twitter e Facebook, mandar mensagens via WhatsApp e ouvir rádio durante o trajeto de volta para casa. E ainda sobraram uns 15% de bateria no fim do dia.

O carregador do aparelho continua com a ótima tecnologia TurboPower, que acelera o processo (e esquenta um pouco). Com a bateria em 40%, ele carregou mais 6% em 5 minutos. Passados 20 minutos, já tinha chegado a 70%. Resumindo, para quem está com pressa, o carregador é uma mão na roda. Ao todo, levava pouco menos de uma hora para carregar toda a bateria — no início, o processo é mais rápido.

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Um recurso que me chamou bastante atenção no aparelho é o leitor biométrico. Não pela sua discutível posição no aparelho, mas pela eficiência. Após cadastrar os dedos, era só aproximá-lo e pronto: o smartphone estava desbloqueado.

Creio que este foi o melhor leitor que já usei — funcionava muito rápido e, acho, por ser menor e ter uma área bem delimitada, fazia com que sua taxa de “acerto” fosse muito maior que o de outros aparelhos que já testei. Venho usando um iPhone 6s desde o início do ano e o leitor dele não é tão rápido quanto o do Moto G Plus; sentia mais confiança desbloqueando o dispositivo da Lenovo que o da Apple.

Em contrapartida, há uma questão bastante discutível de design na posição do leitor. Em meu primeiro contato, achei bem esquisito e tentava utilizá-lo como um botão home — o botão home neste aparelho Android é virtual. Apesar do ótimo funcionamento, fica parecendo que ele está sobrando na composição do aparelho. Até me acostumei com ele ali, mas nada me tira da cabeça que o dispositivo poderia ter um design mais limpo e harmonioso se houvesse uma junção dos dois recursos (desbloqueio do aparelho e botão home do Android) em um.

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Câmera

Vista como calcanhar de Aquiles de muitos aparelhos da linha Moto G, a câmera no Moto G4 Plus tem bom desempenho. O sensor principal de 16 megapixels com foco laser automático é satisfatório — o autofoco funciona muito bem em locais com boa luz — e dá até para fazer uma ou outra brincadeira desfocando o fundo.

Como boa parte dos smartphones, as cenas feitas durante o dia são ótimas, com boa definição e bom equilíbrio de cores. Em locais escuros, ela não se sai mal, mas também não fica ótimo. A abertura de f/2.0 dá uma boa ajuda na captação da luz em locais pouco iluminados, porém sempre acaba dando uma estourada em locais com alguma iluminação, ainda que fraca, e o resto do plano geralmente fica um pouco granulada.

É um bom upgrade comparado com o Moto G do ano passado e um sensor principal compatível com o preço do aparelho. É satisfatório, mas não brilha.

Abaixo, algumas fotos tiradas com o aparelho (as fotos não foram tratadas — houve apenas corte):

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Clique aqui para ver as imagens em tamanho ampliado.

Vale a pena?

O Moto G4 Plus é um smartphone com hardware bem honesto, porém com um preço questionável.

É interessante notar a evolução dos preços da linha Moto G. Lembro-me que fiquei bem empolgado com o primeiro modelo e que fiquei bastante animado com o preço — lembro-me, inclusive, da ascensão de apps de táxi e que muitos taxistas tinham um desses. No entanto, a linha claramente passou por uma recolocação de mercado. É importante lembrar que a marca tem a linha Moto E (2016), que, por enquanto, só foi lançada em alguns mercados europeus.

É necessário ficar claro que o Moto G não é mais um smartphone barato — ainda que a gente carregue a lembrança daquele primeiro aparelho. E que o smartphone é sem sombra de dúvidas um dos melhores “intermediários do mercado”.

Hoje o Moto G é um aparelho para quem quer dar um upgrade em seu aparelho básico (talvez usuários da primeira ou da segunda geração) ou alguém que quer se manter nessa linha de dispositivos — nem tão caros, nem muito baratos. Uma das grandes vantagens dele é ter especificações intermediárias e credibilidade no mercado por trazer a conhecida marca “Moto”. No papel, o Quantum Fly é um pouco melhor que ele — um dos diferenciais é a memória RAM de 3 GB — mas ele pode ser menos convincente para quem não manja de tecnologia e está apegado a marcas tradicionais.

Resumindo: o Moto G Plus vale a pena, sobretudo se você ficar pesquisando em lojas de varejo, pois é possível achá-lo por um valor menor que o sugerido – que é R$ 1.499.

Fotos do aparelho por Alessandro Junior

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