Você já deve ter visto algum dos inúmeros comerciais do Galaxy Note na TV ou no Youtube. Em todos, a Samsung deixa a pergunta no ar: “É um tablet? É um smartphone?” A ideia dos coreanos, ao menos no marketing, foi criar um híbrido de celular, tablet e bloco de notas digital que parece abrir uma nova categoria no mundo dos gadgets. Será mesmo que é o melhor dos dois mundos? O Galaxy Note é um celular, um tablet ou ambos? O tamanho incomoda? A tela é mesmo incrível? E a canetinha, realmente tem utilidade? A resposta curta que resumiria tudo é: depois de usar o Galaxy Note por algum tempo, cheguei à conclusão de que ele vai muito pouco além de um smartphone grande — mas é um smartphone grande bastante capaz. A resposta longa:
O tamanho
Mas, uma vez no bolso da frente, não precisa ter medo de sentar com o Note: a construção sólida e tela de Gorilla Glass impedem que ele se curve no bolso, apesar do tamanho. Ele pesa 178g, mas o peso é bem-distribuído, então você não vai ficar cansado depois de um dia andando com ele.
E se eu não quiser levar o Note na bermuda ou calça? A campanha de marketing da Samsung lembra que você pode usar o aparelho no bolso do paletó ou… na bolsa. (Sim, o Note está sendo vendido para mulheres – ele tem até uma versão rosa!) Nesses dois casos, não há problema de espaço para o Note – nem pra outro smartphone, aliás. O problema pode ser ao usá-lo.
E claro, fazer ou atender ligações nele é um pouco ridículo e chamativo: você está colocando uma placa enorme no seu rosto, não poderia ser diferente. A cor cinza e preta do aparelho ajuda a reduzir um pouco a estranheza, no entanto, e imagino que alguns geeks nem vão se importar com isso.
Mas enquanto você usa o Note, a resolução da tela faz você esquecer o tamanho.
A tela
Quando eu abri a caixa do Note, eu estranhei o aparelho. Ele é muito grande! Parece que fabricaram uma versão super-size do Galaxy S II por engano. O botão físico na parte de baixo, que parece “amassado” porque a tela cresceu mais que o aparelho, aumenta a estranheza. E a reação de quem viu o Note era semelhante à minha: “o que é isso?!”
Mas você esquece isso quando liga a tela. Sim, a tela Super Amoled de 5,3″ com resolução 1280×800 – como você é linda. De repente, o Note não parece tão grande assim. (A foto acima não faz justiça à qualidade da tela, aliás.) As cores são vivas, brilhantes, e mais fortes que em outras telas. Com a alta resolução, não se nota qualquer pixel a olho nu – mesmo que a tela seja Pentile. Ela é bastante ágil na resposta ao toque, praticamente sempre entendendo bem meus comandos. A tela permanece legível mesmo sob luz forte e não vira um espelho quando você sai de casa, mas as marcas de dedos ficam mais aparentes – limpe a tela antes de usá-la no sol.
E você sente uma imersão que uma tela menor não poderia oferecer. A combinação de um display grande e com resolução HD que você segura perto do rosto impressiona de primeira. Não basta ter uma tela enorme para isso acontecer: a resolução precisa acompanhar, e o Note tem os dois. Quando eu voltava a usar outros celulares, a tela parecia pequena demais. A imersão se mantém principalmente ao navegar pelo Android e ao jogar, mas acaba se perdendo em outras atividades – como navegar na web e ler livros. Falaremos mais sobre isto a seguir.
E como ficam os apps numa tela de 5,3″? Como o Android tem independência de resolução, em geral eles se adaptam muito bem: quase todo jogo e app simplesmente “cresceu” na tela, ficando maior sem ficar pixelado. Sim, acontece de alguns apps ficarem com elementos pequenos, mas são exceções: por exemplo, o botão “Play” do Angry Birds fica pequeno lá no meio da tela, e os campos para logar no Netflix foram um desafio para se acertar com o dedo – nada que impeça você de usar um app, no entanto. (Há alguns problemas de compatibilidade, no entanto, que mencionaremos mais tarde.)
O aparelho
Segurando o Galaxy Note de frente, você vê a enorme tela, o botão físico na parte inferior central – comum à linha Galaxy – e o sensor de proximidade e câmera frontal na parte de cima. Ao segurar o Note, você pega na borda lisa mas que não deixa o aparelho escorregar da mão. Ela deixa a borda do vidro exposta, mas com um aparelho deste tamanho, acho que você terá dificuldade em derrubá-lo. Na lateral esquerda temos o botão de volume; na lateral direita, o botão Liga/Desliga/Trava; na parte de cima, a entrada para fone de ouvido; e na parte de baixo, a entrada microUSB. (Nada de botão de câmera.)
Ele é rápido: com processador dual-core de 1.4 GHz e chip gráfico Mali 400, ele tem benchmarks além da concorrência, e no geral dá pra ver isso no uso: jogos pesados como Shadowgun rodam sem problemas, páginas da web carregam rápido, navegar entre as telas iniciais não tem lag. Mas o Note ainda assim sofre alguns engasgos, por exemplo, ao rolar listas, algo que continua sendo o calcanhar de Aquiles do Android. Isso com certeza não acontece sempre, mas de repente, no meio da sua experiência rápida, surge um engasgo em algo simples – como visualizar as telas iniciais em miniatura – que são difíceis de entender num aparelho potente como este.
O Note tem duas câmeras, e a câmera traseira é muito boa. São 8 megapixels com flash LED, foco com toque, reconhecimento facial e todos os truques das câmeras da Samsung em smartphones. É basicamente a mesma câmera do Galaxy S II, sobre a qual falamos aqui. Ou seja, ela funciona bem em ambientes iluminados, reproduzindo direito as cores mesmo em um dia nublado e sem gerar imagens borradas. Ele também faz um trabalho bem digno em pouca luz, como você pode ver abaixo – aparece um ruído inevitável nas imagens, mas o resultado é bom para um celular. As imagens em pouca luz foram tiradas sem flash. Na verdade, eu tive problemas com o flash: mesmo em pouca luz, o flash acabava exagerando o nível de branco na imagem. É ótimo que o sensor funcione bem em pouca luz, mas bizarro que o flash atrapalhe mais do que ajuda.
O Galaxy Note filma em Full-HD@30fps com estabilização de imagem, o que faz bastante diferença: os vídeos não têm aquele aspecto tremido, comum a câmeras de smartphone. Objetos em movimento são filmados quase sem motion blur, o que também impressiona. Mas o Note às vezes tem dificuldade em focar nos objetos enquanto está filmando – alguns elementos ficam borrados, por exemplo. O equilíbrio automático do branco também em ambientes muito iluminados também não é ideal, mas funciona.
E algo que faz falta: um botão físico para ativar a câmera, coisa a que estamos acostumados nos Androids. Para tirar fotos, segurar um aparelho de 5,3″ e ainda ter que acertar um botão virtual na tela não é tão prático.
O software
O Android no Galaxy Note é personalizado pela Samsung com o já conhecido TouchWiz, e apesar da tendência de geeks odiarem personalizações – elas atrasam updates! elas deixam o aparelho mais lento! – até que eu gosto dela. O TouchWiz ainda faz sentido no Gingerbread, 2.3 (bem menos no Ice Cream Sandwich!), dando um visual um pouco mais consistente e melhorado se comparado ao Android padrão: o esquema de cores azul-escuro que foge do preto e cinza do Gingerbread; as cores fortes dos ícones, widgets e papéis de parede na experiência padrão; a fonte Helvetica Neue, bem melhor que a fonte padrão do Android – todos são pequenos detalhes que tornam toda a experiência um pouco melhor. E a Samsung consegue incrementar algumas experiências: por exemplo, se você quiser ligar para um contato, você desliza o contato para a direita; para mandar SMS, desliza para a esquerda. Com o hardware potente do Note, o TouchWiz em geral não o deixa mais lento.
Claro, nem sempre o TouchWiz acerta. No Android sabor Samsung, para selecionar todo um texto, você toca na palavra e surge em uma “bolha” a opção “Selecionar”. Você toca em “Selecionar”. Aí surgem as opções “Selecionar Palavra” e “Selecionar Tudo”. Aí você escolhe selecionar tudo. E o menu às vezes surge mesmo quando você não quer selecionar nada, só posicionar o cursor para digitar, o que é bem irritante. No Gingerbread padrão, basta pressionar no texto e tocar em “Selecionar Tudo” – não surge nenhum menu indesejado por acidente, e é mais rápido (apesar de um pouco menos intuitivo). O TouchWiz erra em certos detalhes pequenos, e alguns deles (exceto este) podem ser amenizados personalizando o Android – com outro launcher, por exemplo.
Outro problema: certos jogos no Android Market Google Play são incompatíveis com o Note por algum motivo. Se você tentar procurar por jogos como Plants vs. Zombies, Assassin’s Creed, Asphalt 6, Need for Speed: Hot Pursuit, Adventures of Tintin, entre outros, não vai achar no Play. Na versão web, receberá a mensagem “Este item não é compatível com seu dispositivo”. Isso não é “culpa” do aparelho, mas é inconveniente, e não permite explorar todo o potencial do Note. Mesmo depois de vender dois milhões de unidades, o Note permanece listado como aparelho incompatível.
A Samsung complementa o Android padrão com diversos apps, como: app de música (melhor que o padrão), rádio FM (sim!), gravador de voz, editor de foto e vídeo, Polaris Office (para ler arquivos do MS Office), Transferências (reúne seus downloads), gerenciador de tarefas (melhorado em relação ao padrão). O Gingerbread padrão ainda vinha sem certos apps essenciais, mas com o TouchWiz dá para começar a usar o Note sem (muitas) visitas ao Google Play. A Samsung também colocou seus serviços Allshare, para compartilhar conteúdo via DLNA; e o Kies Air, que permite acesso ao conteúdo do celular no seu computador via Wi-Fi. Esses recursos podem ser reproduzidos com apps do Google Play, mas já vêm com o aparelho. O Note também vem com Samsung Apps, mas ele dava erro ao entrar no aparelho, e sinceramente, é inútil: o Google Play é simplesmente melhor.
O Note também vem com os hubs da Samsung: o Social Hub (reúne suas redes sociais, acho desnecessário), o Music Hub (comprar músicas da 7digital, mas não funciona no Brasil), e o Readers Hub. Este é o mais interessante: com o Press Display, você recebe de graça oito edições de jornal – você escolhe entre Folha, Valor, Zero Hora etc.; no Zinio, você recebe edições de revistas (em inglês) de graça, como a ESPN Magazine; e no Kobo, você pode comprar e-books (meh).
O Note não é um tablet
Eu gostei bastante do Galaxy Note como smartphone. Ele é enorme mas o Android funciona bem, os apps funcionam bem em geral, tudo é geralmente rápido, e a imersão criada pela tela com resolução além do HD o tornam bem competente como smartphone. Mas e como tablet?
A gente não precisa entrar em uma discussão “filosófica” sobre o que é um tablet para saber se o Note funciona bem como tal. Aqui, não se trata do que um tablet é, e sim do que eu posso fazer com ele. E o que eu espero de um tablet? Eu quero que ele seja confortável para ler livros e quadrinhos, para navegar em sites desktop e para ver vídeos. E mais: quero a imersão que a tela maior do tablet proporciona – o grande ponto que alguns, que ainda chamam o iPad de iPod Touch gigante, ainda não conseguem entender. E espero uma boa duração de bateria: afinal, os tablets no mercado duram pelo menos um dia inteiro.
O Galaxy Note não consegue atender a essas expectativas.
Ele é confortável de se ler livros? Bem, ele é tão confortável quanto ler em quase qualquer smartphone. A tela ainda fica aquém de um tamanho ideal para ser usada para ler e-books. Na tela, cabe pouco texto para uma leitura confortável se comparado a tablets de verdade ou mesmo a e-readers como o Kindle, com tela de 6″. Veja a imagem ao lado: ler no Note é basicamente ler em qualquer smartphone Android, só que a tela é maior. Não é a experiência que espero de um tablet.
Ler revistas ou quadrinhos também não fornece a experiência de tablet: o conteúdo não cabe direito na tela, você precisa necessariamente dar zoom e deslizar para lá e para cá. Não é confortável nem natural, como em um tablet. De novo, é como ler em um smartphone – a tela grande não resolve essa limitação.
E navegar em sites feitos para desktop? Em tablets Android, geralmente o usuário não navega em versões dos sites adaptadas para tablet, e sim em versões desktop. Eu quero ter a mesma experiência: navegar com certo conforto aproveitando o maior espaço em tela – e sem depender de uma versão mobile limitada para smartphones. E, de novo, não deu certo. O navegador do Note é pensado para versões mobile – tanto que não há como abrir versões desktop dos sites por padrão. Isso é navegador de tablet? Acho que não.
E usar um navegador alternativo, como o Skyfire, não resolve: os sites em versão desktop não cabem direito na tela, exigem muito zoom e deslizar pra lá e pra cá para se navegar bem; e se não for mobile, alguns sites demoram muito para carregar (mesmo via Wi-Fi).
Assim como no navegador padrão, não há a experiência de tablet em outros apps. O app de e-mail e SMS possuem colunas para alternar entre mensagens, assim como no Galaxy S II, mas o espaço ainda é muito pequeno para isto fazer sentido – veja aqui como é estranho – e apps assim funcionam bem em todo tablet. E claro, apps voltados para tablet não vão funcionar no Note – ou porque ele roda Android 2.3, ou por ter tela menor que o recomendável. O Photoshop Touch, por exemplo, é um app feito com tablets em mente, e ele não pode ser instalado no Note: além de Android 3.1 ou superior, ele requer uma tela de pelo menos 8,9 polegadas – as 5,3″ do Note são pouco. A lista poderia seguir com mil outros exemplos, mas algo que não saiu da minha mente, mesmo quando estava satisfeito com o Note como telefone era a certeza: isto não é um tablet.
Então voltamos à questão da imersão. O Note acerta em parte nesse quesito: como eu disse, com tela e resolução maiores, navegar pelo Android e jogar é ótimo no Note, é uma experiência que não se encontra em outro smartphone. Enquanto eu usava o aparelho eu ficava imerso, quase distraído do mundo. Aí eu entrava no navegador, e me lembrava que estava usando um smartphone. Você não sente que está com a web nas mãos, algo que muitos dizem sobre tablets: você ou está na versão mobile de um site, ou dando zoom e se movendo para os lados na página para navegar. O Android reorganiza o texto de acordo com o zoom, mas mostra a limitação de uma tela de 5,3″: para sites, não é o bastante. Para ler, é a mesma coisa: isto quebra a imersão porque cada página do livro, ou cada seção visível de uma revista, tem menos texto que um livro de bolso.
A bateria também foi um ponto fraco em meus testes. Outros reviews apontam uma duração melhor da bateria, mas nada comparável a tablets. Apesar de ter 2.500mAh por dentro, meu Note durava bizarramente pouco (o que pode ser falha de software/firmware). Um dia, eu o usei bem pouco, e deixei só o Wi-Fi ligado (sem chip de operadora), o que deveria gastar menos bateria. Só que, em 24 horas, ele já estava pedindo para ser recarregado. Em geral, ele durava menos de 24h, e se a tela ficasse sempre ligada – para ler ou fazer anotações, por exemplo – o aparelho desligava em menos de 10h. Em outros reviews a bateria do Note teve duração bem melhor, mesmo que o consumo de energia salte quando a tela permanece ligada. Segundo o The Verge, a bateria do Note “tem um desempenho respeitável que está em linha com o que você esperaria de um smartphone convencional” – não de um tablet.
É uma expectativa quase irreal esperar que o Galaxy Note funcione como tablet? Sim. Mas se no aparelho eu não faço tarefas de tablet com a competência de um tablet, então ele não é um deles: é um smartphone gigante.
E a canetinha?
Tantos parágrafos depois e mal falamos da canetinha? É que, com uma tela de 5,3″, o uso da caneta é bem limitado, e por dois motivos: a tela é grande o bastante para você usar seus dedos na maior parte do tempo; e quando é necessária uma enorme precisão no toque – para desenhar ou escrever anotações – a caneta não é ótima, e a tela do Note não é grande o bastante (!). Explico.
Usei a caneta stylus do Note principalmente para fazer anotações, e não gostei muito da experiência. A caneta é bem fina e você precisa se acostumar um pouco para segurá-la. Depois disso, você precisa tomar cuidado com o botão na caneta: ele fica na altura do polegar e tem a função de tirar screenshots. Você pode comentá-las usando a canetinha, o que pode ser bastante útil.
Mas a sensibilidade do botão é… imprevisível. Ele não é mole o bastante para ser ativado a todo momento, mas como ele fica embaixo do seu polegar à medida que você escreve, enquanto você estiver entretido tomando nota você vai apertá-lo por acidente. Muitas vezes. E aí a caneta para de escrever. Isso quebra o fluxo, e é bem frustrante. E não é questão de se acostumar: a caneta vai se ajustando na sua mão até o botão ficar embaixo do polegar – o jeito é prestar muita atenção na canetinha, o que obviamente é menos que ideal.
E a tela de 5,3″ transforma o Note em um bloquinho de notas digital, não em um caderno. Para anotações pequenas pode até fazer sentido – é mais rápido que digitar – mas para anotações na escola/faculdade ou no trabalho? Eu não veria muita utilidade. Em uma palestra, enquanto eu anotava o que diziam no palco usando o Note, vi uma espectadora tomando nota com um iPad e uma caneta stylus usando o app Noteshelf. E a experiência era muito melhor, invejável até: ela tinha um espaço amplo para escrever, podia ampliar e navegar a nota para escrever como em um caderno – não um bloquinho. Procurei e testei vários apps de terceiros – FreeNote, Handrite Note, Note Everything, InkPad Notepad, PenSupremacy – e nenhum tinha uma experiência tão boa quanto vi em um tablet de verdade.
A ponta da caneta usada no iPad era emborrachada, enquanto a do Note é dura e “escorrega” na tela. Minha caligrafia não é ótima e piorou com a canetinha do Note. Escrever rápido no Note não é uma boa experiência: há um pequeno lag entre o que você escreve e o que aparece na tela, então certas palavras que ficariam bem no papel podem ficar quase ilegíveis no Note. E percebi que o espaço de tela era pequeno para muitas anotações: na palestra, eu tinha que criar páginas e páginas, e esperar o Note salvar a nota (no formato JPG) em cada vez.
A bateria também não ajudou: deixar a tela HD ligada drena o aparelho, e pode deixar você sem bloco de notas nem celular. Levei o Note 100% carregado a um evento. Depois de fazer anotações em várias palestras, a bateria acabou – durou das 7h até as 13h, mesmo reduzindo o brilho. O evento continuou até às 18h, e acabei confiando em uma combinação de laptop e… papel.
Para desenhar, a caneta tem uma vantagem, porque usa sistema da Wacom para variar a força do traço de acordo com a pressão. Mas de novo: quem precisa desenhar em um bloquinho de 5 polegadas? É uma utilidade bem restrita. E dado que apps como o Photoshop Touch não têm suporte ao Note, a canetinha se torna ainda mais limitada para esse fim.
Enfim, a caneta pode ser útil para algumas pessoas, mas provavelmente vai ficar guardada dentro do seu Note. Como ela não torna o aparelho mais caro, acho que tudo bem.
Conclusão
O Galaxy Note é um smartphone Android grande e potente, com um preço igualmente grande: cerca de R$ 2.000 por aí, mas com descontos . Preste atenção: um smartphone. Ele traz parte da imersão encontrada em tablets, mas só: a bateria, o espaço em tela e a experiência em geral não correspondem a um tablet. E a canetinha é um acréscimo curioso, mas pouco útil. O Galaxy Note tenta fazer muita coisa ao mesmo tempo, mas consegue realizar só uma: ser um bom smartphone.
Se você procura por um híbrido de verdade, há outras opções como o Galaxy Tab 7.0 Plus, tablet de 7″ com Android 3.2 (voltado para tablets) que faz ligações – mas compre um fone Bluetooth para isso, por favor. Se você quer um tablet, compre um tablet. A maior oferta de apps ainda está no iPad, tablet mais bem-sucedido do mundo, mas para quem não quer Apple há o Asus Transformer Prime, chegando oficialmente ao Brasil em breve. Se você realmente precisa de um bloco de notas digital, uma caneta stylus para seu tablet – como a Bamboo Stylus da Wacom – deve resolver.
Vejamos as outras opções. Se você quer um smartphone Android mas acha bizarro o tamanho do Note, há o Galaxy S II: apesar de sua tela Super AMOLED não ser HD, ele tem especificações (processador, memória, câmera) bem semelhantes ao Note, e é mais fino e bem mais leve. Se você quer a tela HD e, de quebra, um Android puro, dê uma olhada no Galaxy X (Nexus), mas apenas se você não quiser usá-lo para fotos: sua câmera de 5MP decepciona. Isso tudo sem mencionar os aparelhos que estão por vir – como o possível Galaxy S III, os HTC Ones e os modelos quad-core que vimos na Mobile World Congress. Mas se as 5,3 polegadas lhe atraem, você vai encontrar no Note um smartphone bem capaz com uma caneta stylus de brinde.