Logo no início deste ano, a Samsung atualizou sua linha de smartphones topo de linha com Galaxy S23, Galaxy S23+ e Galaxy 23 Ultra. O Ultra tinha um pouco mais de hype envolvido, já que os rumores em torno do modelo indicavam algumas novidades bem impactantes, como uma poderosa câmera inédita, por exemplo.
Muitas informações detalhadas foram divulgadas antes do anúncio oficial. Alguns meses do lançamento, informações de especificações técnicas do aparelho, design e até mesmo as cores em que ele seria disponibilizado já circulavam em veículos especializados na cobertura de tecnologia.
Imagem: Samsung Galaxy S23 Ultra/Reprodução
O Giz Brasil teve a oportunidade de testar o Galaxy S23 Ultra por algumas semanas. Abaixo, você pode conferir as nossas impressões.
Design
O smartphone mantém um design bem parecido com a versão anterior, com quinas quadradas, se distanciando bastante do visual arredondado dos modelos menores — S23 e S23+. O acabamento em alumínio dá um visual “premium” e uma sensação de que o aparelho é bem resistente — que é o que se espera de um celular nesta faixa de preço.
A parte traseira também segue idêntica a do S22 Ultra, sem o módulo de câmeras que também foi dispensado pela Samsung na última versão. Vale ressaltar que a Samsung atualizou os outros modelos e abandonou completamente o módulo traseiro de câmeras, o que já indica quais serão os planos da sul-coreana em relação aos design de seus futuros aparelhos futuros.
Imagem: Samsung Galaxy S23 Ultra/Reprodução
Nós testamos uma versão importada do dispositivo, que não tem carregador na caixa. No entanto, como os rumores já vinham indicando, a versão brasileira terá adaptador de tomada na caixa. Além disso, o smartphone acompanha um cabo do tipo USB-C e a chave para acesso à bandeja para chip.
O aparelho também conta com a S Pen, acessório que marcou a linha Note, extinta oficialmente no ano passado — e que agora é um dos principais diferenciais do Ultra.
Na versão anterior, os smartphones vinham sem carregador na caixa, assim como acontece com os dispositivos da Apple. Mas, graças a um acordo da Samsung com órgãos de defesa do consumidor no Brasil, os clientes da marca podiam resgatar carregadores gratuitamente na loja online da empresa. Desde o lançamento dos últimos dobráveis, Z Flip 4 e Z Fold, 4 isso não é mais necessário.
Tela
A Samsung sempre entrega displays interessantes, principalmente nos celulares mais caros. No caso do S23 Ultra, temos uma tela enorme de 6,7, com resolução Full HD+ e taxa de atualização de até 120 Hz. A tela foi um elemento que não sofreu nenhuma alteração do modelo anterior.
No S22 Ultra, este foi um dos componentes que mais foram elogiados. Como em time que está ganhando não se mexe, a gigante sul-coreana optou por manter as mesmas especificações.
Imagem: Samsung Galaxy S23 Ultra/Reprodução
No geral, a tela Dynamic AMOLED 2X impressiona bastante pelo contraste, oferecendo cores bem definidas. A tecnologia também oferece uma boa visualização dos tons mais escuros e é excelente para usuários que costumam ver filmes ou séries.
A tecnologia “Vision Booster” melhora o contraste e a visibilidade da tela em ambientes externos muito iluminados e torna a experiência com o aparelho ainda mais agradável. A depender da intensidade da iluminação, o usuário ainda pode ter certa dificuldade para enxergar a tela, mas na maioria das situações é possível ter uma boa visualização do conteúdo exibido no display.
Áudio
Geralmente, os usuários de smartphones preferem utilizar fones de ouvido para consumir filmes ou séries. Mas o smartphone tem excelentes saídas de áudio, que já no ajuste padrão de equalização proporcionam uma experiência sonora bem interessante.
Além disso, o usuário pode escolher outras opções pré-definidas de equalização que realçam diferentes frequências para uma experiência mais “personalizada”, uma possibilidade nem interessante para melhorar a experiência com diferentes estilos musicais.
Quem gosta de volume certamente vai gostar do Galaxy S23 Ultra da Samsung, que pode não substituir uma caixa de som portátil, mas é capaz de emitir um som relativamente alto.
Hardware
A principal estrela é sem dúvidas o chip Snapdragon 8 Gen 2, da Qualcomm, mas em uma versão bem diferente das que estão presentes em aparelhos de empresas concorrentes. Na família S23, o componente ganhou uma versão exclusiva e capaz de entregar melhor desempenho, o que certamente faz diferença e coloca o aparelho da Samsung com uma boa vantagem no quesito desempenho em relação aos seus rivais.
É impossível não lembrar das tentativas anteriores da sul-coreana em implementar seu chip próprio, o Exynos. Além de apresentar desempenho inferior aos componentes da Qualcomm, alguns chips da empresa tinham um problema crônico de superaquecimento durante a execução de demandas que exigiam muito poder de processamento.
Imagem: Samsung Galaxy S23 Ultra/Reprodução
O modelo ainda conta com até 12 GB de memória RAM e 512 GB de armazenamento interno.
Durante os testes, ele não demonstrou problemas de performance, engasgos ou travamentos. Mesmo exigindo ao máximo com games como Genshin Impact e PUBG Mobile, por exemplo, ele respondeu muito bem e ofereceu uma experiência bem fluida.
Os entusiastas de tecnologia mais exigentes podem se incomodar com um probleminha que versões anteriores do dispositivo apresentaram e que nós já falamos aqui: o superaquecimento. Durante a execução de jogos, o aparelho esquentou levemente. Não foi muita coisa, mas pode causar desconforto em alguns usuários do aparelho.
Bateria
A bateria de 5.000 mAh é boa, mas não teve nenhuma evolução em relação a anterior, indo na contramão dos dois modelos mais básicos, que mesmo timidamente, receberam um upgrade no componente. Ainda assim, mesmo com um uso frequente do aparelho, tiveram dias em que o S23 Ultra ultrapassou as 26 horas sem necessitar de recarga.
Câmeras
O grande destaque do aparelho é a câmera principal de 200 MP, que marca o primeiro lançamento da sul-coreana com um sensor do tipo. Lentes com essa potência já estão presentes em alguns telefones de marcas concorrentes, como Motorola e Xiaomi e parecem ser uma tendência que será explorada pelas grandes fabricantes de dispositivos móveis.
A câmera tem zoom de até 100x, que superar os principais concorrentes da marca com sobras, mas, na prática, é bem difícil de controlar e focar em objetos. No entanto, em menor intensidade ele pode ser bem útil para quem quer tirar melhores fotos da lua, já que o pós-processamento ajuda a melhorar o resultado final das imagens.
Imagem: Samsung Galaxy S23 Ultra/Reprodução
Para completar o conjunto de câmeras, o Galaxy S23 Ultra ainda conta com sensores ultrawide de 12 MP e dois teleobjetivos, ambos de 10 MP. Agora a câmera frontal tem 12 MP e não os 40 MP da versão anterior, mas ainda entrega ótimos resultados.
A câmera é um dos componentes carros-chefe do modelo, e em comparações realizadas por sites especializados de tecnologia ela já supera até mesmo o conjunto do iPhone 14 Pro Max. Durante a apresentação do Galaxy S23 Ultra, a Samsung revelou o curta “Behold”, dirigido pelo cineasta Ridley Scott, para mostrar o poder das câmeras do smartphone. É capaz de fazer vídeos em até 8K a 30 FPS.
Vale a pena?
A Samsung mandou muito bem na tela, nos sistema de áudio, no hardware e nas câmeras do modelo. Embora a bateria não tenha sido atualizada, o dispositivo pode ser considerado um grande acerto da sul-coreana, que mais uma vez entregou um celular capaz de bater de frente com concorrentes de peso, como o iPhone 14 Pro Max, e até ganhar em alguns quesitos.
Quem busca um aparelho topo de linha, com bom hardware e câmeras poderosas ,não vai se arrepender de adquirir o Galaxy S23 Ultra. No entanto, no Brasil produtos premium tendem a chegar ao país com valores bem elevados e com o novo topo de linha da Samsung não é diferente.
Imagem: Samsung Galaxy S23 Ultra/Reprodução
Quem quiser comprar o aparelho terá de desembolsar no mínimo R$ 7.500 para levá-lo para casa, o que não é a realidade da maioria dos brasileiros.
Uma alternativa pode ser o modelo anterior, o Galaxy S22 Ultra, que tem um design muito semelhante, hardware ligeiramente inferior, mas ainda assim poderoso. Ele também não tem um sensor principal de 200 MP, mas pode ser comprado por valores a partir de R$ 5.000, bem mais barato que seu sucessor.
