Rita Lee colocou bairro paulistano da Pompeia no mapa do rock

Foi na rua Venâncio Aires, 408, na Pompeia, zona oeste de SP, onde surgiu a banda "Os Mutantes", pontapé inicial na carreira musical de Rita Lee. Saiba mais da "Liverpool brasileira"
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Imagem: Divulgação

A tradicional Vila Pompeia, zona oeste de São Paulo, foi um dos lares da rainha do rock Rita Lee, que morreu nesta segunda-feira (8). Apesar de nascida na Vila Mariana (zona sul), foi lá que ela passou parte da juventude, como relata em sua primeira autobiografia.

Foi na Pompeia, aliás, onde formou a banda “Os Mutantes”, em 1966, com os amigos Arnaldo Baptista e Sergio Dias, na casa dos irmãos na rua Venâncio Aires, 408.

A Pompeia também é o lar de Luiz Carlini, vizinho e ex-integrante do Tutti Frutti, banda que acompanhou a cantora no início de sua carreira solo. É de Carlini o famoso solo de guitarra de “Ovelha Negra”.

O bairro também é berço do Made In Brasil, grupo de rock pesado que começou em 1967 — e até hoje segue em atividade. “Em um espaço de duas quadras, nasceram Os Mutantes, a Tutti Frutti e a Made in Brazil. Virou meio que um ‘point'”, disse Carlini em entrevista à Folha, em 2016.

A concentração de grupos de rock and roll rendeu ao bairro o apelido de “Liverpool brasileira”, uma referência à cidade natal dos Beatles. E foi assim que Rita Lee e os Mutantes ajudaram a colocar a Pompeia no mapa do rock.

Confira o antes e o depois do casarão na rua Venâncio Aires abaixo:

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Rua Venâncio Aires, 408 (antes). Imagem: Reprodução

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Rua Venâncio Aires, 408 (depois). Imagem: Reprodução/Globo

O surgimento do Sesc Pompeia

Nos anos 1980, surge outro importante ponto para a história do rock no Brasil: o Sesc Pompeia. Segundo o Portal Sesc, o espaço foi o pioneiro da cena punk no país, trazendo o festival “O Começo do Fim do Mundo”, com bandas como Ratos de Porão e Inocentes, por exemplo. Clemente Tadeu, líder dos Inocentes, é outro morador da região.

Além disso, o Sesc Pompeia deu origem a programas de televisão como “Fábrica do Som”, por onde passaram os Titãs e Ultraje a Rigor; e “Musikaos”, que ajudou a lançar Pitty e CPM 22.

Em 2021, a Secretaria Municipal de Cultura comemorou o Dia do Rock, em 13 de julho, com apresentações de artistas em pontos marcantes para a história do gênero, incluindo o antigo endereço de Rita Lee na Pompeia. Na avenida Pompeia, nº 1550, aliás, a cantora ganhou um mural com técnicas de lambe-lambe e pintura em sua homenagem.

As raízes paulistanas de Rita Lee serviram de inspiração para sua música em “Santa Rita de Sampa”, como se autodenominou a artista. A canção faz parte do álbum de mesmo nome, de 1997, com produção do marido da cantora, Roberto de Carvalho. Um trecho da letra lembra a Pompeia:

“Desvairada da Paulicéia
Virgem e martir de toda a gentalha
Mãe menininha da Pompeia
Fogo de Camile Paspaglia”

Confira a trajetória de Rita Lee, ano após ano, nesta matéria do Giz Brasil.

E ouça “Santa Rita de Sampa”:

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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