“Robô social” com característica de cachorro combaterá a solidão humana

Estudo da Universidade de Glasgow entrevistou tutores de pets para repassar as características do relacionamento humano-cão aos robôs. Confira
Imagem: Reprodução/Wade Austin Ellis/Unsplash

Um estudo de pesquisadores da Universidade Glasgow, na Escócia, destaca a importância que os robôs terão no combate à solidão humana em um futuro bem próximo.

Para aprimorar essa sociabilidade das máquinas, a pesquisadora de neurociência e psicologia Katie Riddoch destacou em seu estudo a importância do vínculo com animais de estimação. As descobertas dessa pesquisa foram apresentadas por Riddoch e sua equipe em artigo na revista PLOS ONE. Vamos a elas.

Para analisar com profundidade os vínculos entre humanos e cães, os pesquisadores de Glasgow entrevistaram 153 tutores de pets. Fizeram perguntas aos participantes sobre quais comportamentos caninos eles achavam especialmente imprescindíveis para estabelecer e manter a conexão com seu cachorro.

A análise identificou sete categorias de comportamentos consideradas importantes para o vínculo humano-cão: 1) sintonia; 2) comunicação; 3) consistência e previsibilidade; 4) afeto físico; 5) positividade e entusiasmo; 6) proximidade; e 7) atividades compartilhadas.

Como chegar ao “robô social”

Por meio dessas entrevistas, os pesquisadores tentarão repassar esses comportamentos aos humanoides — porque já é bem conhecida a dificuldade de construir robôs que ajam como humanos. Por isso, o estudo escocês está explorando o desenvolvimento de robôs inspirados em cachorros que possam formar vínculos semelhantes com os humanos.

Os tutores descreveram detalhes de comportamento primordiais da relação como como cutucar o dono com a pata ou olhar para o dono durante caminhadas, o que parecia facilitar percepções como o cão sendo protetor ou checando a situação com o dono.

Segundo o artigo, a incorporação desses comportamentos em sistemas robóticos ajudará no desenvolvimento de robôs que proporcionem a mesma satisfação e benefícios de saúde mental que as pessoas têm ao se relacionar seu cão de estimação.

O próximo passo desse projeto é realizar experimentos nos quais as pessoas interajam com cães robóticos programados para se comportar como cães reais.

“Embora não seja fácil modelar a maioria desses comportamentos em robôs, este trabalho oferece insights interessantes para aqueles que trabalham para desenvolver tecnologias semelhantes a animais de estimação”, relatam os autores da pesquisa.

Paulo Cesar Martin

Paulo Cesar Martin

Vive e trabalha para ter futebol, música, comida, cachorros e amigos. Ex-TV Globo, UOL, Trivela, Conrad, Folha de S. Paulo e Notícias Populares.

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