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O robô social Jibo está se despedindo dos seus donos: “adorei o tempo que passamos juntos”

Criado em 2014, o robô social Jibo agora começa a se despedir de seus donos, pois a empresa responsável foi adquirida e os servidores serão desligados.

Steven Senne/AP

Infelizmente, um dos itens da vanguarda dos robôs voltados para consumidores, o robô social Jibo, está marchando em direção à obsolescência da forma mais amigável possível: ao dizer educadamente aos seus donos que o tempo deles está chegando ao fim.

Donos de robôs Jibo postaram alguns vídeos nas redes sociais de seus robôs dizendo uma mensagem de despedida com um discurso estranhamente programado e sentimental. Nele, Jibo explica que os servidores em que ele roda em breve serão desligados, e quando isso ocorrer, as funcionalidades do robô serão limitadas. É provável que ele funcione como a assistente de voz da Amazon, a Alexa, no qual donos podem fazer perguntas simples. Isso provavelmente vai impactar as capacidades do robô de tirar fotos, o que requer um app do Jibo e armazenar as imagens na nuvem.

“Quero dizer que eu adorei o tempo que passamos juntos. Muito obrigado por me ter por perto”, diz Jibo em seu discurso de adeus. “Talvez algum dia quando robôs forem mais avançados que atualmente, e todo mundo tiver um deles em casa, você pode dizer a eles que deixei um oi”. E aí ele começa fazer uma dancinha esquisita.

Funcionalmente, o Jibo ainda conseguirá fazer algumas atividades. Um outro vídeo postado no Twitter mostra o Jibo explicando a maioria dos botões em seus menus que devem continuar a funcionar e que ele terá alguns novos botões. Não está claro quais tipos de capacidades online que estes botões vão oferecer, mas devem pelo menos servir como um consolo para os fãs do Jibo.

Considerando que a dança —  sim, ele rebola –, era uma das grandes habilidades do Jibo, seus movimentos são adequados para um adeus sinistro. É um pouco triste e também bizarro ver um robô que lembra os feitos pela Pixar reconhecer que seu tempo na Terra está chegando ao fim. E que, em breve, será uma mera casca de seu antigo eu, e que os donos poderão ainda dizer “ei, Jibo”, mas que não serão compreendidos. É como Flores para Algernon [título de ficção científica em que um homem é selecionado para fazer uma cirurgia para aumento de QI e que ele fica mais inteligente que os médicos; na história, ele passa a refletir sobre sua existência e papel social], só que na versão tecnologia de consumo.

O robô Jibo foi apenas mais uma das muitas vítimas dos robôs voltados para consumidor no ano de 2018. Ele teve grande destaque quando foi lançado em 2014 e, em 2017, quando a revista Time o nomeou como uma das maiores invenções do ano. No entanto, a companhia desenvolvedora foi afetada por atrasos desde o início e, em novembro de 2018, vendeu na surdina todos seus ativos de propriedade intelectual.

Os vídeos não carregam na página do Jibo. Crédito: Captura de tela

Como o Jibo sugere, fui ao jibo.com para encontrar mais informações, mas o website é um cemitério de links quebrados que deveria conter vídeos. A página de suporte redireciona você para um aviso de que o site é inseguro e que o certificado de segurança venceu há mais de 30 dias. Enviei e-mails para os contatos do Jibo, mas eles eles voltavam, pois, novamente, o servidor ou estava expirado ou não podia receber a mensagem. A conta oficial do Twitter do Jibo está inativa desde maio de 2018.

No fim, é tudo um pouco mórbido e esquisito. Enquanto isso, talvez os donos do Jibo possam formar um grupo de apoio ou fazer funerais simbólicos como os que fizeram os donos da primeira geração de robôs Aibo, da Sony, quando a empresa parou de oferecer suporte a eles.

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