Na última quinta-feira (07), o Departamento de Polícia de Dallas (DPD) utilizou um “robô-bomba” para deter um atirador que causou a morte cinco policiais e feriu pelo menos outras 9 pessoas (2 civis e 7 policiais), no estado do Texas (EUA).
Depois de horas de negociações mal sucedidas, a polícia colocou cerca de 500 gramas de C4 no robô, o deslocou próximo ao suspeito e detonou o explosivo, matando Micah Johnson, de 25 anos. Numa nota emitida no sábado, o DPD revelou qual robô foi utilizado nesta operação inédita — o Remotec Andros F5.
Embora o F5 não seja mais vendido pela Remotec, o modelo parece ser uma versão mais antiga do robô antibomba Andros F6. De acordo com um catálogo de produtos de 2012, o F6B consegue carregar 27 quilos com o braço mecânico estendido. O meio quilo de explosivos utilizado na operação não chegou nem perto do máximo do que ele consegue carregar.
Segundo a Remotec, o F6 é o “sistema mais confiável e seguro para ações não tripuladas.” As primeiras reportagens sugeriam que o robô usado na operação de quinta-feira poderia ser o Marcbot, um robô mais simples e que já foi utilizado em atividades similares pelas forças armadas no Iraque.
O Macbot pesa quase 14 quilos e é bem mais simples do que a série Andros F, que tem um kit de emergência completo, incluindo um braço manipulador, capaz de pegar objetos, e um extensor de câmera de 24 polegadas. Ele pesa mais de 200 quilos, mas consegue subir escadas facilmente, algo que deve ter facilitado a operação em Dallas já que o atirador estava no segundo andar de um prédio.
A tragédia em Dallas levantou um debate sobre o uso desse tipo de força pela polícia. Em um novo comunicado, o DPD afirmou que o robô foi usado como “último recurso”, na tentativa de salvar vidas de outros policiais e civis.
Segundo o The New York Daily News, outros departamentos da polícia, como a NYPD (de Nova York), elogiou o uso inédito do robô. Especialistas jurídicos, no entanto, se preocupam com o uso de letal de dispositivos não tripuláveis, comparando o uso de robôs explosivos com drones de guerra.
Robôs do tipo já participaram de outras operações policiais, mas nunca a fim de matar um suspeito. Um suicídio em San José, na Califórnia, foi evitado após a máquina entregar um telefone e uma caixa de pizza. Eles também já foram utilizados para distrair criminosos ou para comunicar-se com um atirador.
Imagem do topo: Robô Remotec Andros F-6A, por Kristoffer Kaubisch.