Robôs agindo como humanos moraram nestas três casas por seis anos

Há seis anos, três casas foram equipadas com diferentes níveis de eficiência energética. Quanto elas gastariam em energia? Os robôs ajudam a saber.

Em uma rua de Knoxville, Tennessee (EUA), os moradores de três casas pareciam perfeitamente normais vistos de fora. Toda manhã, o chuveiro era aberto. Toda noite, ligavam-se as luzes e a TV. Mas não havia seres humanos morando nelas – só robôs fingindo ser gente.

A invasão domiciliar por robôs, descrita na Popular Science, tem na verdade uma explicação perfeitamente razoável.

Há seis anos, a Tennessee Valley Authority – estatal americana que fornece eletricidade para 9 milhões de pessoas – equipou três casas com diferentes níveis de eficiência energética. A Builder Home era basicamente uma residência típica; a Retrofit Home era uma casa tradicional que recebeu tecnologias para economizar eletricidade; e a High Performance Home foi feita do zero para consumir menos energia.

A TVA sabia que algumas casas consumiriam menos energia do que outras. Mas quanto elas gastariam? Comparar diretamente estas casas entre si é problemático. Moradores humanos de verdade podem ficar no chuveiro por períodos diferentes, ou podem se esquecer de desligar as luzes. A solução, claro, foi usar robôs programados para serem perfeitamente medianos.

Assim, os robôs se mudaram para as casas. Havia os Sistemas de Emulação de Corpo Humano, que lentamente vazavam água e calor para replicar a nossa transpiração e respiração. (Na verdade, eles eram lixeiras cheias de água e alguns equipamentos.)

Robôs fingindo ser humanos moraram em três casas por seis anos (1)
Human Body Emulation System e geladeira com braços robóticos

Havia também braços robóticos ligando e desligando as luzes, televisores, aparelhos de cozinha e torneiras ao mesmo tempo em todas as casas. A geladeira, por exemplo, era aberta todo dia às 15 h, simulando crianças com fome procurando um lanche depois da escola. E no total, 400 sensores espalhados pela casa monitoravam todo o consumo de energia.

A Popular Science conta um detalhe particularmente curioso sobre as secadoras de roupa:

[Como] nenhum robô é capaz de confiavelmente transferir roupas de uma lavadora para uma secadora, era deixado um volume correspondente de toalhas em todas as máquinas, com um umidificador instalado nas secadoras que adicionava a quantidade apropriada de umidade antes de cada ciclo começar.

O experimento de seis anos acabou em outubro, permitindo medir a diferença na eficiência energética: na Builder Home tradicional, a conta de luz era quase seis vezes maior do que na casa mais eficiente (High Performance Home).

Agora, os robôs já se mudaram, e as casas estão à venda. Se você sempre sonhou em morar numa casa assombrada por fantasmas de robôs, já sabe onde achar. [Popular Science e Tennessee Valley Authority]

Imagens por Tennessee Valley Authority

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