Ciência

Ronaldo? Jiboia brasileira considerada macho dá à luz 14 bebês

A jiboia de 13 anos vivia há novo em uma universidade britânica e se reproduziu sem parceiro, de forma assexuada
Imagem: Reprodução/City of Portsmouth College

Uma jiboia brasileira batizada como “Ronaldo” — supostamente um macho –, deu a luz a filhotes, segundo um comunicado do City of Portsmouth College, no Reino Unido. O animal, que tem 13 anos — sendo nove deles vividos sozinho na instituição de ensino britânica –, surpreendeu aos alunos em junho deste ano ao parir 14 bebês.

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De acordo com o texto, uma das alunas os descobriu durante uma verificação de rotina no vivário [onde se conservam pequenas espécies]. Apesar do peso acima do normal, os profissionais não pensaram que Ronaldo estaria gestando.

“A princípio, achamos que ela devia estar enganada. Não podíamos acreditar no que víamos!”, disse a técnica em cuidados com animais Amanda McLeod.

Mas como a jibóia teve filhotes sozinha?

Além da surpresa em descobrir que Ronaldo era, na verdade, fêmea, seus cuidadores também testemunharam um processo raro de gestação com a cobra, a partenogênese. Esse tipo de reprodução assexuada acontece quando um embrião se desenvolve sem a necessidade de fertilização de um óvulo.

Assim como as jibóias, outras espécies também são capazes de se reproduzir dessa forma, como insetos, anfíbios, pássaros, répteis e peixes. Contudo, o City of Portsmouth College informou que este é o terceiro relato em uma jiboia arco-íris brasileira em cativeiro.

“Crio cobras há 50 anos e nunca soube que isso acontecesse antes”, disse o especialista em répteis da faculdade, Pete Quinlan. “Efetivamente, os bebês são clones de suas mães, embora suas marcações sejam todas ligeiramente diferentes.”

Agora, Pete está descobrindo o sexo das cobras bebês e montando 14 viveiros para elas. Quando amadurecerem o suficiente, os animais irão para novos lares.

Sobre a partenogênese

De acordo com o IFLScience, a partenogênese ocorre devido à falta de machos viáveis. Embora o gatilho do processo seja incerto, cientistas afirmam que a mudança ambiental pode ser um fator, como em casos de superlotação ou predação, para os pulgões, ou alta salinidade, entre plânctons de água doce, por exemplo.

Já as cobras ainda possuem outras técnicas, como armazenamento de esperma a longo prazo. O maior período de tempo documentado entre vertebrados foi de seis anos após o contato com o macho, com uma Cascavel-de-Diamante Ocidental, que deu a luz a duas ninhadas de filhotes saudáveis.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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