A cantora Nadya Tolokonnikova, cofundadora do grupo de punk rock russo “Pussy Riot”, foi colocada em uma lista de procurados pelas autoridades russas. Quem divulgou a notícia foi a agência independente Mediazona, nesta quarta-feira (29). O site é uma criação da própria banda como forma de oposição ao presidente do país, Vladimir Putin.
De acordo com a Mediazona, Tolokonnikova aparece no banco de dados de indivíduos procurados do Ministério dos Assuntos Internos da Rússia. Ainda não se sabe ao certo quais são as acusações contra a artista. No entanto, no início deste mês, ela recebeu um processo por “insultar os sentimentos religiosos”.
Segundo fontes da RBC, a causa por trás do processo são as publicações de Tolokonnikova nas redes sociais. Supostamente, elas contêm “indícios de ações que expressam claro desrespeito à sociedade e cometidas para ofender os sentimentos religiosos dos crentes”. A punição para a parte 1 do artigo 148 do Código Penal (“Violação do direito à liberdade de consciência e religião”) pode resultar até um ano de reclusão.
O histórico de “Pussy Riot” com a Rússia
O Pussy Riot é famoso por seus eventos de manifestação política. Meses atrás, o grupo feminista divulgou seu mais recente protesto, o curta “Putin’s Ashes” (cinzas de Putin, em tradução livre).
Em agosto 2012, Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Ekaterina Samutsevich (integrantes do Pussy Riot), foram presas após realizarem uma “oração punk” com a música “Mãe de Deus, afaste Putin” na Catedral de Cristo Salvador.
Tolokonnikova e Alyokhina receberam liberdade em dezembro de 2013, sob anistia. Samutsevich, entretanto, teve sua pena suspensa e foi solta em outubro de 2012. Em 2021, por fim, a Rússia adicionou Tolokonnikova à sua lista de “agentes estrangeiros”, levando-a a deixar o país.