Saiba como a produção da sua série favorita piora as mudanças climáticas
Você já parou para pensar como a produção dos seus programas favoritos afeta o meio ambiente? Foi o que investigou uma pesquisa da Universidade de Warwick e da Universidade de Cambridge do Reino Unido.
O estudo calculou o impacto ambiental da produção de cinema e televisão digital no Reino Unido revelou que apenas um filme de Hollywood é capaz de criar cerca de 3 mil toneladas de carbono. Com essas emissões, seria possível dar a volta ao mundo quase 300 vezes.
O relatório explica como o investimento em infraestrutura baseada em carbono (combustíveis fósseis), o gasto de energia e a produção de resíduos durante as produções cinematográfica impactam negativamente no clima. Além disso, o artigo também recomenda práticas que possam tornar o processo ambiental e socialmente sustentável.
De acordo com o diretor do Centro de Estudos de Políticas Culturais e de Mídia da Universidade de Warwick, Pietari Kaapa, algumas estratégias já são utilizadas para diminuir esse impacto. Entretanto, elas ainda são insuficientes.
“Os estúdios de cinema e TV introduziram estratégias sustentáveis, como filmagem digital, iluminação LED e migração para documentos eletrônicos, mas essas soluções só podem causar mudanças significativas se uma mudança em maior escala ocorrer paralelamente”, disse.
Segundo Kaap, a adoção da digitalização sustentável “requer mudanças que reduzirão a dependência de práticas como a mineração de metais e o descarte de lixo eletrônico em países de baixa renda”.
“Com a ascensão da cultura de streaming online, os dispositivos e as infraestruturas tecnológicas também precisam de se ajustar para reduzir o profundo efeito ambiental que tem na sociedade”.
— Pietari Kaapa, diretor do Centro de Estudos de Políticas Culturais e de Mídia da Universidade de Warwick, no Reino Unido.
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Como melhorar as mudanças climáticas causadas pelo streaming?
A primeira recomendação do estudo é de que a indústria cinematográfica e televisiva avalie os materiais utilizados e a expectativa de vida das infraestruturas e peças, a fim de minimizar o desperdício.
Já em relação à sustentabilidade social, é preciso avaliar as comunidades onde se desenvolvem os trabalhos para evitar prejuízos, principalmente, às mais marginalizadas. Ou seja, garantir que a construção, o uso dos poluentes das infraestruturas digitais nos ambientes de filmagem não as afetem negativamente.
Por fim, o relatório pede que políticos trabalhem em conjunto com a indústria para impulsionar a redução da dependência de combustíveis fósseis na produção de cinema e televisão, incentivando o uso de fontes de energia renováveis.