Quantos satélites você diria que estão atualmente orbitando a Terra? Algumas centenas? Talvez mil? Na verdade, existem cerca de 3.700 satélites zunindo na órbita acima de nós. Por isso, quando um deles “se rompe”, é algo importante.
Segundo o Space.com, um satélite do Departamento de Defesa americano explodiu no dia 3 de fevereiro, criando um campo de 43 destroços. O satélite em questão é o DMSP-13, que faz parte de um projeto dos anos 1990 chamado Programa de Satélites Meteorológicos para Defesa.
Ele foi projetado para fornecer ao ministério o tempo e condições atmosféricas em zonas de combate, e retransmitiu condições de voo para as operações dos EUA no Iraque e no Afeganistão.
De acordo com a Força Aérea americana, o satélite morreu de causas naturais: “um evento catastrófico associado a uma falha no sistema de energia”. Ele tinha 20 anos, mas considerando que o satélite mais antigo ainda em órbita e intacto é de 1957, esta foi uma morte prematura. Enquanto isso, a Reuters diz que o satélite sofreu um “pico de temperatura” antes de explodir, e a investigação continua.
O DMSP-13 estava em órbita polar, portanto os detritos permanecerão acima da Terra por um bom tempo, ao contrário de satélites em órbita baixa – cujos destroços cairiam para a atmosfera depois de alguns meses ou anos.
TLEs suggest event occurred on Feb 3 at ~1715 UTC: pic.twitter.com/dpDnK058ze
— T.S. Kelso (@TSKelso) February 26, 2015
A Força Aérea só anunciou a morte do satélite semanas depois de uma empresa privada, chamada CelesTrak, notar o sumiço do DMSP-13. Eles confirmaram o desmembramento, dizendo em comunicado à Reuters que “a resposta inicial foi completa, mas a equipe (das Operações Espaciais) vai continuar a avaliar este evento para aprender mais sobre o que aconteceu”. Outros seis satélites DMSP em órbita continuarão a monitorar condições atmosféricas para o Departamento de Defesa.
Detritos
Os 43 pedaços de detritos não são extraordinários. Como explica o io9, colisões ou rompimentos no espaço criaram centenas ou milhares de pedaços de lixo zunindo pelo espaço a cerca de 28.000 km/h. Cada um desses milhares de pedaços deve ser cuidadosamente monitorado e evitado por qualquer missão que saia da atmosfera ou entre nela.
É um problema perigoso, e ninguém sabe ao certo como lidar com isso; a NASA estima que existam 20 mil peças de material com circunferência maior que 30 cm orbitando a Terra.
O JSpOC mantém um banco de dados abrangente de objetos artificiais que estejam voando ao redor da Terra a qualquer momento, e acompanha o status desses objetos. Esta é a Rede de Vigilância Espacial, e remonta à década de 1950.
De acordo com o Comando Estratégico dos EUA, a rede está rastreando mais de 16.000 objetos em órbita da Terra. “Cerca de 5% dos objetos rastreados são satélites em funcionamento, 8% são corpos de foguetes, e cerca de 87% são detritos e/ou satélites inativos”, diz o Stratcom.
À medida que a infraestrutura da antiga era espacial começa a entrar em silêncio, e à medida que mais empresas privadas lançam seus próprios satélites, engarrafamentos em órbita se tornarão mais complexos. [Space.com, Reuters]
Imagem de capa: U.S. Air Force via Wikimedia