Ciência

Satisfação com envelhecimento pode diminuir mortalidade de idosos, entenda

Estudo feito nos EUA revelou associação entre percepção negativa sobre o envelhecimento e aumento dos fatores de risco na terceira idade
Imagem: Artyom Kabajev/ Unsplash/ Reprodução

A chave para uma vida mais longa pode ser a maneira como uma pessoa percebe seu envelhecimento. E, se a percepção é positiva, menores são os riscos de mortalidade durante a velhice. É isso que diz um novo estudo publicado na revista The Gerontologist.

Entenda a pesquisa

Uma equipe de pesquisadores analisou dados coletados entre 2006 e 2008 de mais de 5 mil pessoas com idades entre 50 e 74 anos. Todas elas viviam na mesma cidade, Nova Jersey (EUA), mas os pesquisadores levaram em consideração variáveis demográficas, de saúde e estilo de vida.

Além disso, os cientistas também levaram em consideração a percepção dessas pessoas sobre a maneira como estavam envelhecendo. Para isso, aplicaram questionários sobre o chamado envelhecimento bem-sucedido subjetivo (ESS).

De modo geral, o ESS busca compreender como uma pessoa percebe o processo de ficar mais velha pelo qual está passando sob quatro aspectos. São eles: evitar doenças e incapacidades; ter boas funções cognitivas, mentais e físicas; estar ativamente envolvido na vida e, por fim, estar psicologicamente bem adaptado à velhice.

Visão positiva, vida longa

Juntando todas as análises, os cientistas descobriram que a percepção sobre o envelhecimento tem um papel importante na saúde dos idosos. Isso porque eles encontraram correlações significativas entre um pensamento negativo sobre a experiência de envelhecer e o risco de mortalidade dos participantes.

De acordo com os resultados do estudo, pessoas com pontuações baixas de ESS (entre zero e cinco) tinham 45% de chance de morrer em nove anos. Enquanto isso, aquelas com pontuações altas (entre 25 e 30) tinham menos de 10% de chance de morrer.

Assim, os pesquisadores concluíram que cada aumento de um ponto no ESS diminuiu o risco de mortalidade de um idoso em 3%. Isso demonstra que a percepção de uma pessoas sobre seu envelhecimento desempenha um papel importante na sua saúde, além dos fatores de riscos já conhecidos.

“Minha pesquisa fornece uma maneira nova e útil de entender a ligação entre como as pessoas se sentem em relação à sua experiência de envelhecimento e a mortalidade”, disse Rachel Pruchno, autora do estudo. 

Agora, a próxima pesquisa de Pruchno busca compreender quais mudanças as pessoas podem fazer em suas vidas para garantir que envelheçam com sucesso.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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