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Seca histórica está diminuindo 12 grandes rios do Brasil, segundo UFAL; veja lista

O estudo da UFAL identificou a diminuição da vazão em rios, lagos e reservatórios nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Amazônia. Saiba quais.

Seca afeta rios no Brasil, que estão perdendo volume de água

A seca extrema no Brasil está reduzindo o volume de água de 12 dos principais rios do país, segundo um novo estudo. De acordo com dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais) a seca que assola o Brasil é a pior da história, afetando uma área de mais de 3 milhões de km².

Agora, um estudo do Lapis (Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites), da UFAL (Universidade Federal de Alagoas), revela que a seca já impactou 12 dos grandes rios do Brasil.

Através de imagens de satélite, o estudo da UFAL identificou a diminuição da vazão em rios, lagos e reservatórios nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Amazônia.

Em algumas cidades do Brasil, inclusive onde passam alguns desses rios, estão sem chuva há mais de 100 dias.

Na última quinta-feira (12), o governo de MG declarou “escassez hídrica” na Bacia do Rio das Velhas, o maior afluente em extensão do rio São Francisco. Imagem: Adauto Ramos/Imagem Cedida

Na última sexta-feira (6), em entrevista ao Giz Brasil, a pesquisadora Ana Paula Cunha, do Cemaden, afirmou que a seca se intensificou no Brasil entre maio e agosto, afirmando que a redução hídrica ocorre pelo aumento das temperaturas.

Conforme informamos na matéria, várias cidades do Brasil estão em condições de seca há mais de um ano, e aumentando o rios.

No Brasil, os rios que mais apresentaram redução de nível são:

  1. Manso
  2. Paranaíba
  3. Jequitinhonha
  4. Tocantins
  5. Paraná
  6. Mamiá
  7. Tefé
  8. Badajós
  9. Solimões
  10. São Francisco
  11. Juruá
  12. Madeira

Vale ressaltar que a lista dos rios que mais apresentaram redução em seus níveis inclui bacias hidrográficas, tributários e afluentes dos principais rios do Brasil. Por isso, o rio Amazonas não aparece na lista, mas seus afluentes, sim.

Aliás, os rios Mamiá, Tefé e Badajós foram os que mais apresentaram reduções no Amazonas. O rio Tefé desemboca no rio Solimões, enquanto o rio Badajós fica na margem esquerda.

Portanto, o Rio Solimões, devido aos baixos níveis de seus afluentes, compõe a lista de rios afetados pela seca no Brasil.

“Seca na Amazônia tem como impacto menos chuva no Sudeste e Centro-Oeste. Essas duas regiões da área central do Brasil são impactadas simultaneamente, pois dependem da umidade vinda da Amazônia”, afirma o professor Humberto Barbosa, responsável pelo estudo da UFAL.

Seca extrema representa risco para hidrelétricas

Outros estados do Brasil que apresentam altos índices de seca também têm seus rios diminuindo, como é o cado de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Além disso, esses três estados apresentam índices alarmantes de queimadas — com destaque para São Paulo nesses últimos dias — como consequência da seca.

No norte do Brasil, além do Amazonas, o rio Tocantins também sofre com a seca, afetando a usina hidrelétrica de Estreito, que fica na divisa entre Maranhão e Tocantins, e a de Lajeado.

Foto mostra queimadas nesta sexta-feira (13) em região próxima à ponte sobre o Rio Tocantins, destacando os impactos da seca no Brasil. Imagem: Igor Leite/Imagem cedida

Aliás, o estudo mostra que nove usinas hidrelétricas do Brasil podem ser afetadas pela redução dos rios causadas pela seca. Entre elas, estão a UHE Irapé, no Rio Jequitinhonha; a UHE São Simão, no Rio Paranaíba; e a UHE Porto Primavera, no Rio Paraná.

No entanto, a situação é mais grave no Rio São Francisco, que apresentou uma redução de 60% nos últimos anos. O “Velho Chico”, além de abastecer centenas de cidades que vão desde o norte de Minas Gerais até Sergipe, é responsável pela geração de energia de cinco hidrelétricas.

Pescador em Januária (MG), durante seca de 2021, quando a situação do rio São Francisco começou a ficar crítica. Imagem: Carol Viana/Imagem Cedida

As hidrelétricas de Apolônio Sales, Paulo Afonso, Luiz Gonzaga e Xingó e Sobradinho dependem do rio São Francisco para fornecer energia para milhões de pessoas nos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.

No entanto, o professor Humberto Barbosa afirma que a chuva pode chegar à região da Amazônia nos próximos dias, reduzindo os níveis de incêndios e seca, além de encher os rios do Brasil.

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