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Seis meses no espaço equivalem a 10 anos de perda muscular na Terra

Estudo acompanhou 17 astronautas enviados à Estação Espacial Internacional (ISS). Achados ligam sinal de alerta para missões mais longas - que devem se tornar mais comuns no futuro

Perda muscular espaço

Imagem: NASA/Unsplash/Reprodução

Em viagens espaciais, os astronautas não precisam sustentar o próprio corpo. Eles ficam sob influência da microgravidade, flutuando pelos espaços. As pernas, principalmente, tornam-se desnecessárias nesse ambiente. 

Apesar de a situação parecer bastante divertida, ela é também perigosa para a saúde. De acordo com um novo estudo publicado na revista Scientific Reports, basta uma estadia de seis meses no espaço para que os músculos dos astronautas envelheçam o equivalente a dez anos na Terra. 

A perda de músculos foi observada por cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá. A equipe acompanhou 17 astronautas, que passaram entre quatro e sete meses na Estação Espacial Internacional (ISS). 

Todos os participantes foram submetidos a exames de imagem dos pulsos e tornozelos antes do voo, no momento do retorno, seis meses após o retorno e um ano após o retorno. 

E lá estava o resultado: aqueles que passaram um semestre ou mais no espaço tiveram perda óssea permanente na tíbia – o maior e mais importante osso da perna. Por outro lado, não foram observadas mudanças significativas nos ossos do braço.

Em entrevista ao The Guardian, Steven Boyd, um dos autores do estudo, comparou os ossos do corpo humano à Torre Eiffel. De acordo com ele, algumas hastes de metal que seguram a estrutura se perdem e nunca mais são recuperadas. Para compensar, outras engrossam. 

A perda muscular é bastante preocupante se forem considerados os planos da NASA de lançar astronautas ao espaço profundo. Uma simulação feita em 2020 sugere que, em um voo espacial de três anos para Marte, 33% dos astronautas correriam risco de desenvolver osteoporose (perda progressiva de massa óssea).

Por enquanto, os pesquisadores recomendam o aumento da quantidade de exercícios com peso feitos por astronautas no espaço. Enquanto isso, a equipe deve continuar investigando para entender se a perda muscular tem um limite máximo ou se ela continua ocorrendo conforme avança o tempo em órbita.

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