Sem PVC: cientistas criam filme de caule de abacaxi para embalar frutas
O plástico pode levar mais de 400 anos para se decompor no ambiente quando descartado de forma errada. Buscando soluções mais sustentáveis, pesquisadores da Tailândia e da Malásia, desenvolveram uma forma produzir filmes plásticos a partir de amido de caule de abacaxi.
Essa iniciativa, além de barata, é sustentável. Os cientistas desenvolveram um plástico que pode servir em embalagens de alimentos, como frutas e vegetais.
A pesquisa foi liderada pelo professor Taweechai Amornsakchai, da Universidade Mahidol. O estudo, publicado na Membranes, explica que o principal ingrediente utilizado é o amido com alto teor de amilose extraído dos caules do abacaxi.
Como o plástico sustentável é feito
O amido desempenha o papel de matriz para o material, sendo enriquecido com aditivos como glicerol e ácido cítrico, que aprimoram sua flexibilidade.
Com um teor constante de glicerol de 25%, os pesquisadores realizaram experimentos variando os níveis de ácido cítrico de 0% a 15% em relação ao peso do amido.
Adicionalmente, os filmes plásticos apresentaram propriedades notáveis de resistência à água e a capacidade de serem selados por calor, à semelhança dos filmes plásticos convencionais.
Para evidenciar a viabilidade do filme para aplicações de uso único, uma embalagem exemplar de único uso foi com sucesso demonstrada, enfatizando sua praticidade e versatilidade.
“Esses materiais são uma grande promessa como revestimento para frutas e vegetais. Isso não apenas ajudaria a transformar restos de abacaxi em uma mercadoria valiosa, mas também reduziria o desperdício de alimentos e melhoraria a segurança alimentar”, afirmou o artigo.
Plástico é pouco reciclado
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um relatório que revela que, no ano de 2019, apenas 9% do plástico utilizado globalmente passou por processos de reciclagem.
De acordo com a OCDE, a quantidade de plástico utilizada praticamente dobrou desde o ano 2000. Apenas no ano de 2019, as pessoas empregaram 460 milhões de toneladas desse material. Destas, 353 milhões de toneladas se transformaram em resíduos.
Quanto ao destino dos resíduos, eles seguiram diversas trajetórias. Apenas 9% do material passou por processos de reciclagem, enquanto 19% foi incinerado e 50% foram dispostos em aterros sanitários. Os restantes 22% foram descartados em lixões não controlados, incinerados em valas a céu aberto ou lançados no meio ambiente.