Tecnologia

Sensor de ruído que dispensa bateria pode salvar vidas, diz pesquisador

Sensor desenvolvido pelo Instituto Federal de Tecnologia de Zurique pode ser usado em monitoramento de terremotos e equipamentos médicos
Imagem: ETH Zurich/Divulgação

Uma equipe de pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ), na Suíça, estão desenvolvendo um sensor que funciona sem baterias. O equipamento consegue detectar sons e pode ser aplicado em monitoramento de terremotos e equipamentos médicos para salvar vidas.

O sensor mecânico visa eliminar o uso de baterias em equipamentos de detecção sonora que precisam ficar sempre ligados. Segundo um estudo da União Europeia, 78 milhões de baterias serão descartadas diariamente, ao longo de 2025.

Dispositivo detecta apenas sons específicos

Ondas de som

Imagem: Pawel Czerwinski/Unsplash/Reprodução

De acordo com os pesquisadores líderes do projeto, o equipamento deve não só salvar vidas, como também reduzir o impacto ambiental negativo causado pelo descarte de baterias.

“O sensor funciona de forma puramente mecânica e não requer fonte de energia externa. Ele utiliza a simples energia vibracional contida nas ondas sonoras”, explicou Johan Robertsson, professor de geofísica do ETHZ e um dos líderes do projeto de pesquisa, ao site Science Daily.

O dispositivo aciona ao detectar uma palavra ou barulho específico. Esse som gera certas ondas sonoras, que fazem o sensor vibrar. Assim, a energia gerada pela vibração é suficiente para gerar um minúsculo pulso elétrico que liga um aparelho eletrônico.

Na prática, o protótipo do dispositivo consegue vibrar sempre que detecta a palavra “quatro”. Entretanto, se uma pessoa falar “três” próximo ao sensor, nada acontece. De acordo com Robertsson, certas palavras geram ondas sonoras com maior energia.

As versões mais atuais do sensor já podem distinguir até doze palavras diferentes, incluindo comandos comuns de máquinas, como “ligar”, “desligar”, “para cima” e “para baixo”.

Os benefícios do sensor de ruídos

Segundo o professor de geofísica, o sensor de barulhos é feito somente de silicone e tem o tamanho de uma unha do dedão da mão. O objetivo é deixar o aparelho ainda menor, no futuro. Assim, é possível incluí-lo em equipamentos pequenos, como aparelhos auditivos para pessoas com deficiência.

O sensor também pode monitorar terremotos e construções civis para detectar barulhos específicos de rachaduras. Com isso, é possível agilizar o processo de evacuação, salvando mais vidas, segundo Robertsson.

Há ainda interesse em utilizar a tecnologia para inspecionar poços de petróleo desativadas, por meio do som característico dos vazamentos de gás.

Em todas as aplicações, o sensor de barulhos não consumiria energia elétrica. Assim, a operação seria mais barata e não precisaria de manutenção constante.

Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Jornalista especializado em tecnologia, jogos, entretenimento e ciência. Já passou por grandes redações do Brasil (TechTudo, Tecnoblog, Terra e Olhar Digital) e trabalhou com relações públicas e assessoria de imprensa na Theogames, atendendo à Blizzard Entertainment e mais clientes do mercado de videogames. É apaixonado pela cultura geek, música e produção de conteúdo. Nas horas vagas, é aspirante a artista marcial e cozinheiro.

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