Ao longo das últimas três décadas, a Internet mudou — e se você concordar com Sergey Brinn, os princípios de abertura e acesso universal que a sustenta desde sua concepção estão sob a maior ameaça já enfrentada.
Em uma entrevista ao Guardian, Brin falou sobre sua preocupação quanto ao futuro da web. Afinal, o que está em perigo?
“Estou mais preocupado do que jamais estive. É assustador… Há muito em risco. Por exemplo, toda a informação em apps — aqueles dados não são indexáveis por web crawlers. Você não pode buscá-los.”
É essa a nossa única grande preocupação, Sergey? De verdade? Na real, são os sistemas proprietários oferecidos pelas “curtidas” do Facebook que parecem tirar mais o sono de Brin.
“Você tem que jogar com as regras deles, as quais são bastante restritivas. O tipo de ambiente no qual desenvolvemos o Google, o motivo pelo qual pudemos criar um motor de busca, é que a web era muito aberta. Quando se tem tantas regras, isso acaba sufocando a inovação.”
É difícil dizer se se trata de uma preocupação honesta acerca da liberdade da Internet ou — como alguns céticos correrão para dizer — é apenas um ataque gratuito em um concorrente extremamente bem sucedido. Ele vai além e aborda o papel das autoridades norte-americanas na privacidade de dados:
“Fazemos o possível para proteger dados. Se tivéssemos uma varinha mágica e ao agitá-la não precisássemos nos sujeitar à lei dos EUA, seria ótimo. Se estivéssemos em uma jurisdição mágica onde todo mundo fosse confiável, seria o máximo. (…) Fazemos as coisas da melhor forma possível.”
Que é algo que a maioria das pessoas, tenho certeza, apóia. Então é mesmo o caso de a Internet estar enfrentando a sua maior ameaça? Talvez sim. Sergey Brin é o homem certo para nos dizer o que exatamente está errado? Talvez sim. Talvez não. [The Guardian. Foto: Google]