Shaun Bridges, o ex-agente do Serviço Britânico de Baltimore que foi condenado a 71 meses de prisão em 2016 por ter roubado mais de US$ 800 mil em Bitcoin enquanto o governo investigava o Silk Road, o notório mercado da deep web, foi sentenciado a mais dois anos de prisão por lavagem de dinheiro, reporta a Reuters.
Segundo informações da Ars Technica, a segunda sentença diz respeito a acusação que, depois que Bridges deixou o Serviços Secreto, e “depois de já ter assinado sua declaração de culpa”, ele imediatamente transferiu mais de 1.600 bitcoins que “estavam confiscados por autoridades federais da Bitstamp, um câmbio europeu de Bitcoin, que questionou o confisco”. Como aponta a Reuters, promotores dizem que depois de assinar o acordo sobre a criptomoeda roubada do Silk Road, Bridges usou do período em que não estava em custódia para tentar transferir outros bitcoin em segredo.
Em agosto de 2017, Bridges se declarou culpado pelo segundo roubo frente a uma irrefutável prova que ele era responsável, incluindo evidência em vídeo dele saindo do trabalho com uma mala supostamente cheia de discos rígidos.
“Ele saiu com, entre outras coisas, uma chave particular para acessar uma carteira digital com aproximadamente 1.606 bitcoins”, disse o procurador adjunto dos Estados Unidos William Frentzen, durante a audiência, segundo informações do Ars Technica. “Essa carteira digital era o atestado e o rendimento que foram feitos em um câmbio chamado Bitstamp. E continham, entre outras coisas, bitcoins ilegalmente adquiridos pelo co-réu anterior, Carl Force, um antigo agente da DEA”.
Durante o momento do roubo, explica a Reuters, o segundo pacote de bitcoins valia cerca de US$ 395.005, mas vale hoje mais de US$ 11 milhões de dólares – mas é difícil imaginar que Bridges conseguiria converter essa quantidade de dinheiro em moeda governamental, dado a imensa quantidade de vigilância que o caso dele atraiu.
Silk Road, um enorme mercado negro online onde usuários podem comprar todo o tipo de drogas e outros bens ilícitos e serviços, foi desligado pelo governo em 2013, bem depois de ter sido infiltrado por autoridades. O chefe por trás do site, Ross Ulbricht, foi condenado a prisão perpetua – uma pesada sentença que julgou, inclusive, a revelação que ele tentou contratar pelo menos cinco assassinatos. Autoridades leiloaram muitos dos bitcoins confiscados na investigação.