_Inteligência Artificial

Site de notícias dos EUA está publicando artigos escritos por IA; veja

O site CNET publicou mais de 70 notícias com teor explicativo feitas a partir de geradores de textos e imagens por IA

Site de notícias dos EUA está publicando artigos escritos por IA; veja

Imagem: CNET/Reprodução

O site de notícias especializado em tecnologia CNET aderiu à onda de textos escritos por IA (inteligência artificial): desde novembro, publica artigos escritos por máquinas. Um usuário do Twitter percebeu a mudança em 11 de janeiro. 

“Parece que o CNET acabou de divulgar o uso de tecnologia de IA para artigos de SEO [otimização para motores de busca, na sigla em inglês]”, escreveu.

 

Os textos são assinados por “CNET Money Staff” e trazem explicações sobre questões cotidianas, como a busca de taxas melhores e o funcionamento de empresas digitais. 

O único sinal de que o texto foi escrito por IA está na busca do Google. “Este artigo foi gerado usando tecnologia de automação e editado e verificado por um editor de nossa equipe editorial”, diz a descrição. 

Um levantamento do site Futurism aponta que a CNET publicou mais de 70 artigos gerados por IA. Em editorial, o site CNET afirmou  que as reportagens escritas por robôs são parte de um experimento sobre esses mecanismos. 

“Em novembro, nossa equipe editorial do CNET Money começou a experimentar a tecnologia para ver se há um caso de uso pragmático para uma assistência de IA em explicações básicas sobre tópicos de serviços financeiros”, diz o texto. 

Segundo o site, o objetivo é verificar se a IA pode ajudar a equipe de jornalistas a cobrir notícias em uma perspectiva 360 graus. “Por enquanto, a CNET está fazendo o que faz de melhor – testando uma nova tecnologia para que possamos separar o hype da realidade”, termina o artigo. 

Cada vez mais comum

O uso de artigos gerados por inteligência artificial não é exatamente uma novidade no mercado. A agência internacional Associated Press, por exemplo, usa IA para escrever automaticamente sobre relatórios financeiros desde 2015. A justificativa é que essas máquinas liberam jornalistas da tarefa extenuante de escrever sobre assuntos tediosos.

Esse foi o mesmo argumento da agência de publicidade norte-americana que optou por substituir estagiários pelo ChatGPT, da OpenAI. Uma dupla de robôs ganhou suas próprias tarefas e também escreverá sobre suas “experiências” no blog da empresa.

Em outro caso, um homem escreveu e ilustrou um livro infantil só com geradores de texto e imagem em menos de 72 horas. O livro vendeu mais de 800 cópias na Amazon. 

Além disso, as universidades dos EUA já reformulam as formas de ensino enquanto se popularizam os geradores de textos automáticos nas salas de aulas do país. Uma reportagem do jornal NY Times mostrou que o surgimento do ChatGPT fez com que as faculdades reestruturassem cursos e tomassem medidas preventivas. 

Esses exemplos indicam que a inteligência artificial furou a bolha dos especialistas em tecnologia e entrou de vez na vida humana – só ainda não sabemos quais serão os desdobramentos disso.

Sair da versão mobile