O Snapchat acaba de lançar o “My AI”, seu próprio chatbot aos moldes do ChatGPT. O robô ficará na guia de bate-papo, logo acima dos chats. Por enquanto, só está disponível para os assinantes do Snapchat Plus, que pagam R$ 2,50 por mês.
Mas o objetivo é disponibilizar o bot para todos os usuários no futuro, como afirmou o CEO do Snap, Evan Spiegel, ao site The Verge. “A grande ideia é que, além de conversar com nossos amigos e familiares todos os dias, também vamos conversar com a IA diariamente”, disse.
O My AI é uma “versão rápida” do ChatGPT, só que compatível com o Snapchat. A diferença é que o sistema tem respostas mais restritas. Por exemplo: o bot não dá respostas com palavrões, violência, conteúdo sexual ou opiniões sobre temas polêmicos, como política.
O sistema também não escreve ensaios acadêmicos – um dos motivos pelos quais muitas escolas e universidades já proibiram o uso da tecnologia no exterior. O robô atua mais como uma “persona” do Snap: ele aparece como uma conversa corriqueira do chat e avatar próprio.
Também é possível ser personalizado com um nome e papel de parede escolhidos pelo usuário. “Minha IA pode recomendar ideias de presentes de aniversário para sua melhor amiga, sugerir uma receita para o jantar ou até mesmo escrever um haicai sobre queijo para seu amigo obcecado por cheddar”, anunciou o Snapchat.
Negócios à frente
O Snap é cliente do Foundry, o nível corporativo da OpenAI. A companhia permite que empresas executem o modelo GPT-3.5, a tecnologia por trás do ChatGPT. Spiegel disse que o mecanismo é “só o começo” do que ele vê como uma futura “grande área de investimento”.
O anúncio do Snapchat só comprova o que todos já sabemos: a IA (inteligência artificial) veio para ficar. Na segunda-feira (27), a Meta lançou o LLaMa (Large Language Model Meta AI), modelo que irá para “pesquisadores acadêmicos, filiados a organizações do governo, da sociedade civil e universidades”, disse a empresa.
A ferramenta é capaz de gerar textos, sintetizar materiais escritos na internet e pode ser usada para tarefas complexas, como resolver teoremas matemáticos, por exemplo.
Segundo Mark Zuckerberg, o modelo foi treinado com textos escritos nos vinte idiomas mais falados no mundo. Pesquisadores interessados em utilizar a ferramenta já podem se inscrever para usar o sistema, que ainda não está aberto ao público.
O anúncio do Snapchat e da Meta acontece apenas algumas semanas depois do lançamento do Bard, o chatbot ultra responsivo do Google, e do ChatGPT no Bing, o mecanismo de buscas da Microsoft. Ambos prometem revolucionar a forma como se pesquisa na web: esses modelos criam textos e respondem a perguntas diretamente, sem que os usuários precisem acessar links.
Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps
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