A Qualcomm domina o mercado de sistemas-em-um-chip para smartphones e tablets, mas vem gradualmente perdendo espaço para a concorrência. Ela espera reverter isso com o novo Snapdragon 820, que promete mais desempenho, mais performance gráfica e menos consumo de energia.
Há três aspectos principais no Snapdragon 820. Primeiro, temos o processador Kryo: ele é baseado na arquitetura ARM Cortex, porém otimizado e personalizado para maior desempenho.
O CPU tem quatro núcleos que chegam a até 2,2 GHz, possui suporte a 64 bits, e o mais importante: está sendo fabricado em um processo de 14 nm (o FinFET da Samsung). Isso significa que os transistores estão mais próximos, aumentando a velocidade e reduzindo o consumo de energia.
A Qualcomm diz que o novo processador tem o dobro do desempenho, e o dobro de eficiência energética, em relação ao Snapdragon 810.
Em segundo lugar, temos o chip gráfico Adreno 530. Ele promete fornecer desempenho até 40% maior se comparado à geração anterior, e também é projetado para reduzir o consumo de energia em até 40%. Além disso, ele oferece suporte a conteúdo em 4K, seja a 60 quadros por segundo (via HDMI 2.0), ou a 30 fps (sem fios).
Ele vem acompanhado por um processador duplo de imagem chamado Spectra, que promete maior qualidade nas fotos graças ao suporte a sensores de 14 bits – isto fornece uma gama de cores maior, e tons de pele mais naturais.
Em terceiro lugar, está o processador de sinal digital Hexagon 680. Ele permite realizar tarefas que podem ser feitas mais rapidamente – ou que consomem menos energia – do que o CPU.
Por exemplo, o Hexagon consegue acessar sensores que medem sua atividade física, decodificar suas músicas MP3, e até mesmo ajudar o processador de imagem a iluminar certas áreas escuras de uma foto ao usar a câmera. Assim:
E reunindo todos esses processadores, está o Symphony System Manager. Em vez de usar apenas o CPU, o Snapdragon 820 distribui tarefas do seu dispositivo para o chip inteiro, aumentando o desempenho e economizando bateria.
Isso é o que se chama de computação heterogênea. A Qualcomm explica:
Por exemplo, quando o usuário tira uma foto, o Symphony responde à demanda do sistema garantindo que os componentes certos estejam ligados, funcionando na frequência necessária, e apenas enquanto for necessário. Esses componentes incluem CPU, processador de imagem Spectra, Snapdragon Display Engine para a tela, chip gráfico, GPS e sistema de memória.
Tudo isso representa um salto em relação ao Snapdragon 810, que foi o carro-chefe da Qualcomm este ano. Ele usa a arquitetura padrão da ARM Cortex em um processo de fabricação de 20nm.
O Snapdragon 810 foi criticado ao longo do ano: ele tem problemas de superaquecimento, e pode ser mais lento que chips antigos – ele precisa reduzir a velocidade para não esquentar ainda mais. É um problema de implementação: o Samsung Exynos 7420 usa a mesma arquitetura, é mais rápido e não aquece tanto. (Ele usa processo de 14 nm, no entanto.)
Esperamos que o Snapdragon 820 consiga evitar esses problemas. Ele deve aparecer em novos dispositivos no primeiro semestre de 2016.
[Qualcomm via Anandtech e Ars Technica]