Avião movido a energia solar volta aos céus e atravessa o Oceano Pacífico
O avião Solar Impulse 2 está fazendo uma viagem ao redor do mundo para mostrar o potencial da energia limpa. Ele ficou vários meses sem voar, mas ganhou os céus novamente e conseguiu atravessar o Oceano Pacífico.
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O piloto Bertrand Piccard decolou do Havaí e, após 62 horas de voo, aterrissou este domingo com sucesso no Aeródromo Federal de Moffett, em Mountain View, Califórnia – o local pertence à NASA e é controlado pelo Google.
Agora, o piloto André Borschberg vai assumir a próxima etapa da viagem até Nova York. Depois, eles vão decidir o próximo destino, com base nas condições meteorológicas e no que eles aprenderam com o projeto. O objetivo é retornar a Abu Dhabi, de onde a aeronave decolou em março de 2015.
O Solar Impulse 2 conta com 17.000 painéis solares na asa, que movem quatro motores elétricos. Ele também carrega quatro baterias de lítio de 942 kg, para voar durante o dia e à noite.
Essas baterias não aguentaram a viagem feita entre o Japão e o Havaí no ano passado. Dois recordes foram quebrados: voo solitário mais longo (117 horas e 52 minutos) e maior distância percorrida por uma aeronave impulsionada por energia solar.
As baterias superaqueceram e foi preciso substituí-las e testá-las antes que o Solar Impulse 2 pudesse voar novamente. Ele recebeu novas baterias e mais sistemas de resfriamento, para evitar que o problema ocorra novamente no futuro; e passou por 13 testes de voo. A equipe também decidiu esperar por dias mais longos no hemisfério norte, decolando só em abril.
Este voo demorou 62 horas, e o piloto – monitorado por uma central de controle – só pôde cochilar por vinte minutos de cada vez. Piccard e Borschberg receberam treinamentos meditativos e hipnóticos para manter a concentração.
Durante a viagem, preso a um assento que serve até de toalete, Piccard disse ao Gizmodo que estava se sentindo ótimo:
É um sonho se tornando realidade poder voar em um avião movido a energia solar sem poluição e sem ruído – é como estar em um filme de ficção científica… A Solar Impulse está mostrando o que podemos fazer com tecnologias limpas. Uma revolução limpa está agora em movimento, e pessoas que entendem isso serão bem-sucedidas no futuro.
A baixa velocidade máxima do Solar Impulse 2 (141 km/h) e as dificuldades para pousá-lo e armazená-lo – sua envergadura de 72 m é muito grande – não fazem dele uma opção viável para voos comerciais. Mas a equipe por trás do projeto sabe disso: seu objetivo é conscientizar o público sobre o potencial da energia solar numa época em que batemos recordes consecutivos de altas temperaturas no planeta, e de emissões de carbono na atmosfera.