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Publicação do exército russo afirma que soldados psíquicos podem travar computadores e controlar golfinhos

Uma revista publicada pelo Ministério da Defesa da Rússia virou piada nesta semana. A publicação alega que “especialistas russos” se comunicaram com golfinhos, derrubaram programas de computador e até mesmo examinaram cofres usando o poder da telepatia. Como destacado pela agência de mídia russa RBC, a edição de fevereiro da Armeiski Sbornik (“Compilação do Exército”, […]

Imagem: Shuttershock

Uma revista publicada pelo Ministério da Defesa da Rússia virou piada nesta semana. A publicação alega que “especialistas russos” se comunicaram com golfinhos, derrubaram programas de computador e até mesmo examinaram cofres usando o poder da telepatia.

Como destacado pela agência de mídia russa RBC, a edição de fevereiro da Armeiski Sbornik (“Compilação do Exército”, em tradução livre) apresentou uma história intitulada “O Super-Soldado das Guerras Futuras”. Nele, o coronel da reserva Nikolai Poroskov detalhou uma variedade de habilidades bizarras relacionadas à “parapsicologia”, uma ciência que teria sido usada por “sacerdotes babilônicos”.

De acordo com Poroskov, as forças especiais russas na Chechênia empregaram essas técnicas parapsicológicas, que ele comparou a “superpoderes”. Diz a publicação:

Os não iniciados sabem pouco sobre essa tecnologia única. Mas um aspecto é claro — contato telepático. Especialistas russos conseguiram isso trabalhando com golfinhos. Eles mentalmente deram aos animais comandos que eles realizaram. Isso foi praticado pelo famoso treinador de animais Durov. A técnica, ao que parece, também é aplicável a humanos. Além disso, é possível até mesmo afetar a tecnologia. Com um esforço de reflexão, é possível, por exemplo, travar programas de computador, gravar cristais em geradores, escutar uma conversa ou interromper transmissões de rádio e televisão.

Experimentos como esses foram bem-sucedidos: ler um documento em um cofre, mesmo que fosse em uma língua estrangeira que a pessoa não falava; identificar indivíduos pertencentes a uma rede terrorista; identificação de potenciais candidatos a grupos terroristas.

Por mais extravagantes que possam parecer as alegações de Poroskov, os EUA e a Rússia de fato estudaram tanto fenômenos psíquicos quanto aplicações militares para golfinhos. No entanto, nenhum dos países reivindicou anteriormente o tipo de sucesso descrito na revista, uma publicação oficial do Ministério da Defesa da Rússia.

Falando à RBC, Yevgeny Alexandrov, presidente da comissão anti-pseudociência da Academia Russa de Ciências, descartou a parapsicologia, que ele diz ser um “conto de fadas”, e disse que não há base científica para a telepatia.

“Os programas [parapsicológicos militares] realmente existiram e foram desenvolvidos, mas foram classificados [como confidenciais]”, disse Alexandrov à agência de notícias. “Agora eles foram revelados. Mas, como em muitos países do mundo, tais estudos são reconhecidos como pseudocientíficos — tudo isso é um absurdo completo”. Segundo Alexandrov, esses experimentos militares foram realizados pela última vez na Rússia no início dos anos 2000.

Nas redes sociais, muitos ridicularizaram as alegações do artigo da Compilação do Exército, mas pelo menos um usuário russo do Twitter viu alguma verdade na história.

“Funciona”, ele escreveu. “Acabei de concluir uma experiência bem-sucedida e consegui fazer a leitura dos pensamentos de um colega. Ele quer ir para casa.”

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