Starlink pode tornar a Terra detectável para alienígenas, sugere estudo
Civilizações alienígenas poderiam detectar a Terra? Um trio de pesquisadores da Universidade das Ilhas Maurício e da Universidade de Manchester tentaram descobrir, simulando como as ondas de rádio de nossas torres de celular escapam para o espaço.
Eles criaram uma base de dados com mais de 30 milhões de torres de celular, cuja distribuição geográfica aparece neste mapa. Então, escolheram três pontos de visualização diferentes: Alpha Centauri, um sistema de três estrelas entre 4,2 a 4,4 anos-luz de distância; a estrela de Barnard, a 5,95 anos-luz; e a estrela HD 95735, a 8,3 anos-luz.
Os pesquisadores consideraram uma série de fatores, da tecnologia implantada nas milhões de torres à rotação da Terra. Como as torres emitem ondas de rádio com mais potência em direção ao horizonte, fenômeno ilustrado nesta figura, um possível observador extraterrestre teria maior chance de detectar tais sinais quando estivesse, justamente, no horizonte de determinada torre.
Os resultados das simulações mostraram que “o vazamento [de ondas de rádio] é periódico, dependente da direção e atualmente não pode ser detectado por uma civilização alienígena próxima localizada a 10 anos-luz da Terra, usando instrumentação com sensibilidade semelhante ao Telescópio Green Bank [o maior radiotelescópio do mundo, nos Estados Unidos].” O estudo apareceu na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Portanto, o autor principal do estudo, Ramiro Saide, acredita que uma civilização alienígena teria dificuldade em detectar os níveis atuais de ondas de rádio que vazam da Terra – a menos que fosse uma civilização “muito mais avançada” que a nossa, com sistemas de recepção de ondas de rádio “muito mais sensíveis”.
Os pesquisadores também indicaram que nossa detectabilidade aumentará substancialmente à medida que a SpaceX lançar mais satélites da internet Starlink na órbita terrestre baixa.
“As estimativas atuais sugerem que teremos mais de cem mil satélites na órbita baixa da Terra e além antes do final da década”, disse Mike Garret, da Universidade de Manchester, em comunicado. “Poderemos nos tornar prontamente detectáveis por qualquer civilização avançada com a tecnologia certa.”
O próximo passo da equipe é justamente incluir satélites nas simulações, assim como poderosos radares civis e militares, novos sistemas de transmissão digital, redes wi-fi e telefones celulares individuais.