A startup japonesa Ispace, que tem sede em Tóquio, acaba de bater um recorde: viajou mais de 1.376 milhões de km pelo espaço — a maior distância já feita por uma espaçonave comercial na história. O objetivo é alcançar a Lua no final de abril e começar um projeto ousado: implantar o que chamam de “economia lunar”.
A ideia é explorar e extrair recursos e informações que ajudem futuras missões ao principal satélite da Terra. Depois, esses dados serão vendidos para empresas que também têm interesse em desbravar o território lunar.
A missão viaja no módulo lunar Hakuto-R, que foi ao espaço a bordo de um Falcon 9, da SpaceX, em dezembro. O plano da startup é concluir todas as manobras orbitais na metade de março e entrar na órbita lunar até o dia 31.
Takeshi Hakamada, CEO da Ispace, disse em comunicado na segunda-feira (27) que a missão de ida já forneceu dados operacionais para informar as missões que virão – uma pequena amostra do que será ofertado na economia lunar.
“Adquirimos toneladas de dados e know-how sobre o módulo de pouso e seus subsistemas”, afirmou. “Eles são ativos muito viáveis para a Ispace”. Esses dados incluem informações sobre o desempenho estrutural do módulo de pouso durante o lançamento, desempenho dos sistemas térmicos, comunicação e energia.
Today we’re also excited to share updates on the progress of Missions 2 & 3! These two missions, currently planned for 2024 and 2025, respectively, will contribute to @NASA 's Artemis Program and further improve the maturity of our company’s technology and business model. (1/3) pic.twitter.com/hKupiWxDyS
— ispace (@ispace_inc) February 28, 2023
O que mais entra na economia lunar
A startup também deve enviar cargas comerciais para a superfície lunar de empresas como as japonesas Takasago Thermal Engineering (especializada em soluções térmicas) e Euglena (biotecnologia).
As empresas ganharam um contrato de US$ 73 milhões da NASA como parte do programa Commercial Lunar Payload Services, que prevê a entrega de cargas científicas na Lua. Há negociação em andamento com as organizações AstronetX, ArkEdge Space, Aviv Labs e CesiumAstro.
O Departamento de Ciência e Engenharia Espacial da Universidade Nacional de Taiwan também deve enviar pesquisadores para a Lua. A Ispace planeja mais duas missões para 2024 e 2025.