Startup quer “estocar vento” com bateria gigante de ar comprimido
Com o avanço das energias renováveis, a necessidade de soluções de armazenamento de energia são cada vez mais urgentes. Pensando nisso, a startup Hydrostor, do Canadá, está desenvolvendo uma bateria de ar comprimido, que promete “estocar vento” e ser uma alternativa sustentável para o armazenamento de energia.
A Hydrostor desenvolveu um sistema chamado A-CAES (Advanced Compressed Air Energy Storage), que utiliza eletricidade excedente da rede ou de fontes renováveis para alimentar um compressor de ar.
Assim, o ar comprimido é armazenado em grandes tanques subterrâneos até que a energia seja necessária, momento em que é liberado através de uma turbina para gerar eletricidade.
“É um sistema muito simples que utiliza apenas um buraco na rocha [mais] ar e água”, disse à Wired Curtis VanWalleghem, CEO e cofundador da Hydrostor. “E então os equipamentos são todos da indústria de petróleo e gás, então você não precisa de nova fabricação nem nada.” Veja o vídeo de apresentação:
Diferencial da tecnologia que “estoca vento”
Um dos aspectos mais inovadores do sistema A-CAES é a captura e armazenamento do calor gerado durante a compressão do ar. Esse calor é posteriormente utilizado para reaquecer o ar antes de ser liberado para a turbina, aumentando a eficiência do sistema.
A principal diferença é que os sistemas de armazenamento de ar comprimido tradicionais oferecem eficiências entre 40-52%. Já o sistema da Hydrostor registra eficiências próximas a 60%.
A Hydrostor planeja construir instalações de armazenamento de energia em Rosamond, Califórnia (EUA). Elas serão as maiores do mundo em termos de armazenamento de energia não-hidráulica.
Cada instalação terá uma saída de 500 MW e será capaz de armazenar 4 GWh de energia. Cada GW equivale a, aproximadamente, o consumo de 500 mil casas.
De acordo com a empresa, o sistema A-CAES da Hydrostor também se destaca por sua capacidade de manter a pressão constante durante a operação. Isso graças ao uso de um reservatório fechado.
Isso contrasta com a necessidade de locais específicos e uma quantidade impressionante de concreto para construir uma planta de hidroelétrica bombeada. Além disso, evita as emissões de gases de efeito estufa associadas à vegetação em decomposição presa nas barragens.