Startup quer tratar depressão com saliva psicodélica de sapos

Startup britânica recebeu aporte de £14 milhões para estudar substância psicodélica produzida por sapos que pode ajudar a tratar depressão.
Crédito: San Diego Shooter/Flickr

A startup Beckley PsyTech, do Reino Unido, conseguiu levantar £ 14 milhões (R$ 101 milhões) em investimentos para estudar uma substância psicodélica, produzida por sapos, para tratar transtornos como depressão. Esse é o segundo aporte recebido pela empresa – em junho, ela já havia captado £ 3 milhões (R$ 22 milhões) em recursos para o projeto.

A substância 5-MeO-DMT, ilegal em muitos países, é encontrada na secreção das glândulas de sapos da espécie Bufo alvarius. Segundo os pesquisadores, a ideia do primeiro estudo já realizado foi avaliar os efeitos, em humanos, de inalar o vapor seco da saliva do sapo. A pesquisa contou com 42 participantes, de diferentes locais na Europa, que foram observados 24 horas e quatro semanas após o experimento.

Os resultados mostraram que houve um aumento na sensação de satisfação com a vida logo após a aspiração e que essas taxas foram mantidas mesmo após quatro semanas. Outros fatores, como depressão, ansiedade e estresse, também apresentaram queda ao fim da sessão, permanecendo abaixo da média na quarta semana. Já a atenção plena (mindfulness) aumentou gradualmente ao longo do tempo.

O objetivo da startup agora é utilizar os novos recursos financeiros para realizar mais testes clínicos para que, no futuro, a substância possa receber aprovação para ser utilizada como tratamento para transtornos mentais. Nas próximas fases da pesquisa, serão investigadas questões de segurança, dosagem e eficácia da substância.

Uma das principais vantagens do 5-MeO-DMT para fins de estudo é que os efeitos de alteração da consciência duram cerca de uma hora, enquanto outros psicodélicos costumam ficar entre seis e oito horas, conforme explicou Cosmo Feilding Mellen, CEO da Beckley PsyTech. Assim, esse intervalo menor exigiria menos tempo de acompanhamento dos pacientes, resultando em uma diminuição nos custos da pesquisa e facilitando o seu desenvolvimento.

[Folha de S.Paulo, Tech.eu]

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