Nas ruas de São Paulo, designers transformam latinhas de catadores em arte

Usar alumínio reciclado para fazer produtos é fácil… em uma fábrica. Mas transformar latas usadas em cadeiras – e na mesma rua em que foram encontradas – é bem mais complicado. É exatamente isso que os engenhosos designers do Studio Swine fizeram em uma recente viagem a São Paulo. Os designers londrinos Azusa Murakami e […]

Usar alumínio reciclado para fazer produtos é fácil… em uma fábrica. Mas transformar latas usadas em cadeiras – e na mesma rua em que foram encontradas – é bem mais complicado. É exatamente isso que os engenhosos designers do Studio Swine fizeram em uma recente viagem a São Paulo.

Os designers londrinos Azusa Murakami e Alexander Groves chamam seu projeto de Can City. Ele foi inspirado pelo sistema de reciclagem informal de São Paulo: catadores independentes recolhem alumínio e outros itens em seus carrinhos artesanais. Mais de 80% da coleta de recicláveis na cidade é feita dessa forma informal.

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Para criar esta pequena unidade de produção, a equipe do Swine usou apenas ferramentas simples e materiais de segunda mão.

A dupla de designers criou um forno de fundição improvisado, movido a óleo de cozinha obtido em estabelecimentos locais. Uma vez instalada e ligada, a máquina é potente o bastante para derreter latas amassadas. O metal derretido era, então, despejado em moldes de areia, obtida em canteiros de obras próximos. Cada banquinho requer cerca de 60 latinhas.

O forno funciona assim:

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A coleção de banquinhos tem formato de diferentes itens, como folha de palmeira, base de um cesto ou tijolo vazado. Segundo o Dezeen, os designers queriam criar um sistema para ajudar os catadores a reciclar alumínio, transformando-o em produtos para venda.

É incrível ver este projeto em ação, mas talvez seja difícil imaginar isto em grande escala. No entanto, o forno de fundição continua em São Paulo, onde o projeto continuará com uma nova série de produtos e móveis feitos em uma favela. O projeto foi comissionado pelo Coletivo Amor de Madre, com apoio da Heineken.

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A ideia de repensar a forma como tratamos o nosso lixo é algo que o Studio Swine já dominou. Por exemplo, eles criaram a Sea Chair, um banquinho feito de lixo plástico proveniente do oceano. Mas a dupla também se inspira no modernismo tropical brasileiro, base para a SP Collection: uma série de itens feitos em madeira e garrafas.

O Studio Swine tem escritórios em Londres e em São Paulo. Os dois designers vão criar novas coleções na China, onde eles devem morar por seis meses. [Studio Swine via Dezeen]

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