Submarino russo Kursk ficou sem ar e matou 118 pessoas há 23 anos

Não é a primeira vez que um submarino se perde ou se envolve em um acidente; o caso mais impactante foi o da embarcação russa Kursk
Submarino russo Kursk ficou sem ar e matou 118 pessoas há 23 anos
Imagem: YouTube/Reprodução

Com a crescente tensão sobre as buscas pelo submersível Titan, que desapareceu no último domingo (18), durante um passeio turístico aos destroços do Titanic, vale lembrar que esta não é a primeira vez que um veículo submarino se perde ou se envolve em um acidente.

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Aconteceram diversas histórias parecidas ao longo dos anos, muitas delas com desfechos trágicos. Um dos casos mais impactantes foi o do Kursk (K-141), um submarino nuclear russo que naufragou há 23 anos. Ao todo, 118 pessoas morreram no acidente.

O desastre foi provocado pela explosão acidental de um torpedo, em 12 de agosto de 2000. O submersível de 154 metros de comprimento pertencia à classe Oscar II, da marinha russa, e afundou no Mar de Barents, entre a Rússia e a Noruega.

Duas explosões teriam causado o naufrágio – a primeira delas, com magnitude de 1,5 na escala de Richter – em águas relativamente rasas, a uma profundidade de 108 metros, significativamente menor do que a distância do submarino da OceanGate.

Herança da União Soviética

Antes do fim da União Soviética, durante a Guerra Fria, uma preocupação dos soviéticos era a frota de porta-aviões dos Estados Unidos. Eles viam as embarcações norte-americanos como uma ameaça, por isso, a URSS investiu expressivamente em sistemas de armamento destinados a caçar os porta-aviões estadunidenses em tempo de guerra. Os submarinos da classe Oscar II, como o Kursk, foram uma herança desse plano.

Eles constituíam uma grande classe de embarcações movidas a energia nuclear, concebidas para abater navios de grande porte, sobretudo porta-aviões. No caso do desastre do Kursk, ela ocorreu em meio a um exercício militar. O submarino estava armado com mísseis Granit e torpedos, sendo que ele deveria efetuar um ataque simulado ao porta-aviões Kuznetsov.

Às 11h20, no horário local, os sismógrafos noruegueses registram uma violenta explosão, seguida de uma segunda detonação ainda mais forte, dez minutos depois. Atingido pelos choques, o Kursk afundou. As buscas pelas vítimas seguiram por oito dias, deixando o país — e o mundo — em suspense. Infelizmente, todos perderam a vida.

Tragédia do Kursk virou filme

Embora 23 marinheiros tenham sobrevivido à explosão depois de entrarem em um compartimento da embarcação, eles não foram resgatados a tempo de serem salvos, por conta da falta de oxigênio.

Em 2018, foi lançado o filme “Kursk”, protagonizado por Colin Firth, que conta a história da tragédia russa. Os destroços do submarino foram recuperados em 2001, e devolvidos aos estaleiros de submarinos da Marinha russa, na região de Roslyakovo. Veja o trailer:

Filho de marinheiro da tragédia morreu na guerra da Ucrânia

Danis Ishmuratov, filho de Fanis Ishmuratov, um dos 118 marinheiros mortos na tragédia do submarino Kursk, faleceu na Guerra na Ucrânia, no ano passado. Tal como milhares de outros soldados russos mortos em território ucraniano, as circunstâncias da sua morte não foram reveladas. As informações são do jornal russo Kommersant.

“A minha primeira recordação de infância foi o funeral do meu pai. Ainda me lembro do caixão vermelho e do quadrado de vidro vermelho em cima”, afirmou ao veículo de comunicação Danis, em uma entrevista de 2021. O jovem morreu aos 25 anos. Ele tinha três anos de idade quando seu pai foi morto no Mar de Barents.

Imagem: Kommersant/Reprodução

Incidente com final feliz

Por outro lado, também há casos de submarinos perdidos que tiveram um final feliz, como a história do submersível comercial Pisces III, em agosto de 1973, na Irlanda.

Durante um trabalho normal para Roger Mallinson e Roger Chapman — que consistia em enterrar cabos de telefonia no fundo do mar — acabou se tornando uma operação de resgate que durou 76 horas e envolveu civis e militares de vários países.

Os homens acabaram se perdendo e a embarcação de seis metros de comprimento afundou a 480 metros abaixo da superfície, com apenas 80 horas restantes de oxigênio — semelhante às 96 horas iniciais no submersível do Titanic. Felizmente, apesar da tensão, ambos os tripulantes foram resgatados ilesos. Até hoje, este foi o caso mais memorável de resgate subaquático.

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