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Surpresa: HP compra Palm. Isso muda muita coisa

Comemorem: a HP está comprando a Palm! Se a chatice e conservadorismo meio bege da HP não matar a nova empresa no processo, isso só pode ser bom pra qualquer um que procure um smartphone que possa ganhar do Google e Apple em várias áreas. 

Comemorem: a HP está comprando a Palm! Se a chatice e conservadorismo meio bege da HP não matar a nova empresa no processo, isso só pode ser bom pra qualquer um que procure um smartphone que possa ganhar do Google e Apple em várias áreas. Para quem mora no Brasil, parece que a Palm está morta há bastante tempo. Mas é porque não vimos o seu último e excelente esforço: o Palm Pre, que traz o WebOS, talvez o mais polido e cheio de funcionalidades sistema operacional a aparecer depois do iPhone OS. Como a HP usará essa expertise?

Antes, para quem tem aquela imagem que a Palm é só PDAs e smartphones que parecem meio velhos, veja uma demonstração do Palm Pre que a Cnet UK fez, e leia nossa resenha do aparelho:

 De volta à notícia.

O que aconteceu

Depois de resultados ruins e queda acentuada nas ações, foram várias semanas de especulação sobre quem levaria a Palm. A aquisição era questão de tempo. E, finalmente, hoje a HP anunciou que negociará a aquisição da empresa por US 1,2 bilhão. O CEO Jon Rubinstein continuará no comando da companhia.

O anúncio é uma grande surpresa, depois de rumores que ligavam um monte de empresas, de HTC a Lenovo, como possíveis compradores, e depois de Rubinstein insistir que eles estavam bem sozinhos. Para a Palm, é o bote salva-vidas que eles precisavam desesperadamente depois que o preço das suas ações estava caindo para zero no início do ano. Para a HP, é uma oportunidade de virar instantaneamente um concorrente de peso na categoria de smartphones.

A aquisição também é quase que uma barganha para a HP; o preço de compra será de US$ 5,70 por ação, um acréscimo decente sobre o que estava sendo negociado ontem, mas para uma empresa que era avaliada em pelo menos o dobro disso há não muito tempo. E a HP não está apenas adquirindo o hardware da Palm; a grande cereja no bolo será o webOS. O negócio deve ser fechado de fato até dia 31 de julho, no fim do terceiro trimestre fiscal da HP.

Mas, então, por que não ficar com o Windows Phone 7 ou Android? O webOS da Palm pode ser uma plataforma robusta, mas lhe falta uma comunidade robusta de desenvolvedores — seus 2.000 apps estão bem longe do que a Apple App Store e o Android Market oferecem. A resposta é que isso diminui riscos para a HP: eles vão continuar a trabalhar com outras plataformas, enquanto esperam que o tamanho da empresa ajude a aumentar o interesse dos desenvolvedores em expandir o ecossistema do webOS.

 

Pior cenário

O grande desafio será conciliar as personalidades de cada marca. Os produtos da Palm, independente de se venderam bem ou não, sempre foram inovadores – o Pre foi um sopro de ar fresco quando foi lançado. A HP, por outro lado, sempre foi conhecida pelo conservadorismo, um toque de tinta bege. E mesmo os seus produtos que se sobressaíam, como o notebook Envy, foi na verdade algo derivado de outras ideias que apareciam no mercado. 

Então será que a Palm será o combustível que falta à capacidade criativa da HP? Ou será que o gigantismo da HP freará a engenhosidade que fez a Palm ser uma compra interessante antes de tudo?

 

Melhor cenário

A HP tem dinheiro, recursos, para melhorar e espalhar o hardware e software da Palm, e não apenas para smartphones. E apesar de o problema da Palm ser uma demanda baixa, seu principal problema — gerar demanda — não é mais um problema, com o alcance da HP e seu orçamento de marketing. A HP fez enormes investimentos no passado com sua interface Touchsmart, e apesar de ser um recurso bacana, ele só teria a ganhar com as ideias dos engenheiros da Palm. Será que rola um tablet com webOS?

 

O que pode acontecer

O que falaremos adiante não são informações oficiais, mas caminhos que eles podem (e provavelmente irão) seguir:

Celulares

Você acha que a HP daria um upgrade no seu iPaq? Quem se importa com ele? É pouco provável que a HP tenha gasto essa montanha de dinheiro em uma marca bem estabelecida como a Palm apenas para matar o seu serviço e tentar impor uma marca não muito estabelecida como o iPaq – que tentou uma volta por cima, inclusive no Brasil, com smartphones meia-boca com Windows Mobile. O problema sempre foi que a linha de smartphones da HP não tinha qualquer diferencial, então comprar a Palm é na verdade instalar uma divisão mobile pré-fabricada na própria companhia. Então, o que isso significa em termos de celulares de verdade?

Provavelmente ainda haverá mais uma geração de celulares com o WebOS. Ontem, eu não teria certeza disso; hoje, é uma boa aposta. A Palm estava vivendo – e morrendo – com o Pre e o Pixi, ambos produtos de primeira geração rodando um sistema operacional em sua primeira geração. Os gigantescos recursos da HP dará ao SO o tempo que ele precisa para ser levado a hardwares mais capazes. Imagine um celular com webOS na resolução WVGA; com um processador Snapdragon; com uma interface genuinamente rápida e responsiva. É o que estamos falando aqui. Esqueça o Pre Plus – é hora de esperarmos pelo Pre II.

O único ponto meio embaraçoso é que a HP é um parceiro oficial da Microsoft em seu Windows Phone 7, o que significa que ou a HP terá linhas de celulares que competem entre si (como a HTC e Samsung, com seus Andoids e WinMo) ou ela simplesmente largará mão de seu acordo tácito com a Microsoft. 

Computadores

Com a compra da Palm a HP leva um enorme valor em propriedade intelectual (patentes) que atravessam décadas, a maior parte que tem a ver com interfaces por toque. A HP tem sido bastante, bastaaaante agressiva em desenvolver interfaces touch para máquinas com o Windows para sua linha TouchSmart, e poderia facilmente incorporar alguns truques da Palm em seu software. Mas isso deve acontecer a um nicho. A maior parte dos computadores da HP deve permanecer inalterada.

Tablets

A estratégia da HP parece ir a uma direção perigosa. O esperado HP Slate roda o Windows 7, um sistema operacional para desktops, enquanto o resto da indústria parece ter optado por sistemas operacionais de celulares. A HP não mostrou muito interesse pelo Android no passado, e seus planos de tablet ignoraram o Google OS – o presumível competidor do iPad, baseado no iPhone OS.

Isto posto, aí está, para mim, a mais interessante possibilidade da fusão: um tablet WebOS.

Não, sério. Pense nisso. O WebOS tem uma interface bem mais intuitiva que o Android, um sistema de notificações melhor que qualquer competidor, uma integração com as redes sociais genial. Tem um bocadinho razoável de aplicativos. É compatível com o mesmo hardware presente na primeira onda de tablets com Android. Isto. – ISTO – pode ser fantástico. 

 

Quem ganha e quem perde

Nós teremos bastante tempo para ver como isto se desenrola no longo prazo, mas por enquanto está bem claro quem ganha mais neste cenário — e quem não ganha.

Quem perde, provavelmente, acaba sendo praticamente toda empresa com um sistema operacional para smartphone. A Microsoft, no entanto, deve estar particularmente sentindo o impacto. A HP deve continuar a criar produtos com Windows Phone 7, mas ele passaram de um parceiro chave a um concorrente sério no passar de uma tarde.

Quem ganha: a Palm, que recebe o cavaleiro branco pelo qual eles rezavam. Mas, especialmente, quem ganha é o consumidor, que vai ganhar os benefícios duplos de um webOS saudável e amplamente suportado e maior concorrência no mercado.

 

HP to Acquire Palm for $1.2 Billion

Combination will Accelerate HP’s Growth within the More Than $100 Billion Connected Mobile Device Market

PALO ALTO, Calif. & SUNNYVALE, Calif.—(BUSINESS WIRE)—HP (NYSE: HPQ) and Palm, Inc. (NASDAQ: PALM) today announced that they have entered into a definitive agreement under which HP will purchase Palm, a provider of smartphones powered by the Palm webOS mobile operating system, at a price of $5.70 per share of Palm common stock in cash or an enterprise value of approximately $1.2 billion. The transaction has been approved by the HP and Palm boards of directors.

"We’re thrilled by HP’s vote of confidence in Palm’s technological leadership, which delivered Palm webOS and iconic products such as the Palm Pre. HP’s longstanding culture of innovation, scale and global operating resources make it the perfect partner to rapidly accelerate the growth of webOS"

The combination of HP’s global scale and financial strength with Palm’s unparalleled webOS platform will enhance HP’s ability to participate more aggressively in the fast-growing, highly profitable smartphone and connected mobile device markets. Palm’s unique webOS will allow HP to take advantage of features such as true multitasking and always up-to-date information sharing across applications.

"Palm’s innovative operating system provides an ideal platform to expand HP’s mobility strategy and create a unique HP experience spanning multiple mobile connected devices," said Todd Bradley, executive vice president, Personal Systems Group, HP. "And, Palm possesses significant IP assets and has a highly skilled team. The smartphone market is large, profitable and rapidly growing, and companies that can provide an integrated device and experience command a higher share. Advances in mobility are offering significant opportunities, and HP intends to be a leader in this market."

"We’re thrilled by HP’s vote of confidence in Palm’s technological leadership, which delivered Palm webOS and iconic products such as the Palm Pre. HP’s longstanding culture of innovation, scale and global operating resources make it the perfect partner to rapidly accelerate the growth of webOS," said Jon Rubinstein, chairman and chief executive officer, Palm. "We look forward to working with HP to continue to deliver industry-leading mobile experiences to our customers and business partners."

Under the terms of the merger agreement, Palm stockholders will receive $5.70 in cash for each share of Palm common stock that they hold at the closing of the merger. The merger consideration takes into account the updated guidance and other financial information being released by Palm this afternoon. The acquisition is subject to customary closing conditions, including the receipt of domestic and foreign regulatory approvals and the approval of Palm’s stockholders. The transaction is expected to close during HP’s third fiscal quarter ending July 31, 2010.

Palm’s current chairman and CEO, Jon Rubinstein, is expected to remain with the company.

 

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