Saindo do aeroporto internacional de Taiwan, após rodar uns poucos quilômetros a caminho da capital, de longe já se vê o enorme Taipei 101. Imponente no horizonte, este é o terceiro maior prédio do mundo, e o que tem o elevador mais rápido de todos. Subimos lá para mostrar como é a vista a 509 metros do chão, mas já adiantando: é espetacular.
Durante seis anos, entre 2004 e 2010, o Taipei 101 foi oficialmente o prédio mais alto do mundo — título que perdeu para o Burj Khalifa, de Dubai, com assombrosos 828 metros. Em dezembro do ano passado, ele foi ultrapassado por outro prédio, o Makkah Royal Clock Tower Hotel (601 metros), em Meca, na Arábia Saudita.
Ser o terceiro nesta corrida, porém, não chega a ser um demérito; acima de certa altura é difícil não se impressionar. Aquilo ali é alto, demais. É mais de meio quilômetro. De diversos pontos do centro de Taipei o 101 funciona como um guia: ele é visível mesmo ao longe e, quando próximo, sua imponência na paisagem é surreal. Na primeira ou na décima vez que você passa ali perto, não importa: sempre bate um questionamento, algo como “isso é real!?”
É real, e muito. O Taipei 101 é composto por escritórios e, no térreo, ao lado da grande torre, um luxuoso shopping com as marcas mais caras do planeta: em um grande hall no piso 3F, você dá um 360º e se depara com Dior, Louis Vuitton, Prada, Bvlgari e outras do tipo. A Vertu tem uma loja ali, com celulares de R$ 45 mil rodando Android 2.3 — tentei tirar uma foto, mas fui barrado pela vendedora. Um ou dois restaurantes, tão caros quanto essas marcas, encontram-se ali também. É só o começo do show, e uma parte para poucos bolsos (os meus não estão inclusos aí).
O elevador mais rápido do mundo
O Taipei 101 possui uma área aberta à visitação, o Observatório 101. Paga-se uma pequena taxa, cerca de R$ 30, para subir até seu último andar a bordo do elevador mais rápido do mundo. Eles se orgulham um bocado disso, têm uma placa do Guiness na entrada do elevador e, lá dentro, duas telas mostram em tempo real as estatísticas da viagem que dura menos de um minuto — 37 segundos na subida, 44 segundos na descida.
A velocidade máxima na subida é de 1.010 metros por minuto, ou 60 km/h. Desenvolvido pela Toshiba, é uma obra prima. Dá um friozinho na barriga e é tão rápido que mal dá para curtir, mas hey, é aí que mora a graça, certo?
O vídeo abaixo é da descida, levemente mais lenta, mas ainda assim impressionante:
Vento forte? Terremoto? Nada abala o 101
Venta muito em Taipei, e terremotos não são raros por aqui. (Presenciamos um, inclusive, de 6,5º. Review rápido: parece que você está tendo uma queda de pressão, mas as coisas ao redor começam a balançar e de repente está todo mundo se segurando onde dá e a terra está tremendo e rapaz, que loucura é essa!!?) Estar em uma construção a 509 metros do chão quando ela chacoalha não parece ser um cenário muito seguro – mas no 101 não há nada a temer.
Um tipo de construção especialmente desenvolvida para o 101 garante sua estabilidade. São 36 colunas de sustentação e, a cada oito andares, treliças reforçadas que garantem que o prédio não vá ao chão durante tremores. Para o vento (e turistas curiosos!), a parte mais bacana de todo esse aparato é o gigantesco amortecedor que ocupa o centro dos andates 87 ao 92.
É uma bola gigantesca (5,5 metros de diâmetro) e muito pesada (660 toneladas) composta por 41 placas de metal espesso, suspensa por oito cabos de aço compostos por 2.000 fios cada, balança pra valer. Na base dela ficam 16 amortecedores hidráulicos, que entram em ação quando bate o vento forte, e fazem com que a grande bola amenize seu impacto em cerca de 40%.
Se você manja inglês (ou, por qualquer motivo, mandarim), o vídeo abaixo, que é exibido na lateral da área de visitação da bola, resume bem as informações acima — e de quebra apresenta os Damper Babies, os bizarros mascotes do prédio:
[youtube gwsNyCBSgrM 640 360]
Como tudo no Taipei 101, o sistema de absorção de impacto do vento e das trepidações terrestres é impressionante e funciona.
Que vista é essa?
O elevador deixa os turistas no observatório interno, no 89º andar. Dali pode-se ir ao museu/lojinha, no 88º, e à área externa, no 91º. Cada um desses locais tem suas peculiaridades e todos merecem uma olhada, mas não perca muito tempo vendo souvenirs: a graça está lá fora.
Tudo fica ridiculamente pequeno a 509 metros do chão. Prédios que do chão exigem uma virada de pescoço encolhem vistos dali. Carros se tornam miniaturas, pessoas, quase indistinguíveis. É como uma versão live action de SimCity. No dia da visita havia uma fina neblina (ou camada de poluição) no horizonte, mas foi legal porque mesmo assim deu para ver muito. E tirar fotos. Apenas aprecie a paisagem:
E um vídeo:
Um ícone da evolução tecnológica em Taiwan, o Taipei 101 tem muito sigifnicado por lá e está carregado de simbolismos, de coisas mais sutis como a contagem de oito andares para cada “conjunto” (o oito é relacionado a abundância e prosperidade em algumas culturas orientais) até outras bem visíveis, como o formato desses conjuntos, que agregados lembram os telhados de construções típicas do passado chinês. O próprio nome, referência ao número de andares que possui, parte de algumas premissas bem good vibes, como “ir além do 100”, ou o recomeço que 1º de janeiro representa (1/01, coisa assim).
Ele é um belo exemplo da união entre legado e modernidade, e um passeio imperdível para quem estiver de bobeira em Taipei — especialmente na virada do ano.
O Gizmodo Brasil viaou para Taiwan (mas já está de volta, encarando o jetlag!) a convite da Asus.