Tela 3D da Philips em São Paulo
Talvez (perceba que eu disse ‘talvez’) tenha chegado a hora das TVs 3D. Consegui finalmente ver a televisão da Philips que cria imagens em três dimensões. Quer dizer, na verdade não é uma televisão, é um monitor. Tipo, ela não tem som integrado, nem tuner nem nada do tipo, então tecnicamente não é TV. E as imagens não são exaaaatamente em 3D. Ela usa um truque sujo, mas funcional. Na frente da tela de LCD, eles colocam uma ‘tela’ de vidro com uma retícula que desvia os raios de luz de um modo meio desordenado. Com isso, cada um dos seus olhos ‘capta’ imagens diferentes. Na hora que seu cérebro percebe raios diferentes pra cada olho, ele ‘cria’ na sua cabeça essa imagem saltada, dando a impressão de ter volume e três dimensões. Louco, não?
É realmente legal conseguir ver tudo em 3D, sem usar nenhum óculos. Sério, impressiona de verdade. Na demonstração, passaram um vídeo do Call of Duty animal. Perguntei se era necessário desenvolver jogos específicos para rodar em 3D, e o pessoal do stand jurou que era só instalar um driver específico em jogos OpenGL e BOOOM! Tudo fica 3D. Também disseram que a Philips pretende lançar um monitor 3D de 22’ ano que vem, para computadores. Vou acompanhar de perto isso.
Queria conseguir mostrar um vídeo da TV pra vocês, mas o efeito só funcionaria se tivessem duas lentes filmando a mesma coisa, o que é triste. Então vocês vão ter que confiar em mim. É bacana, e sim, impressiona. Também não tem muitas fotos pelo mesmo motivo.
A Telefônica é parceira da Philips no desenvolvimento dessa tecnologia. Enquanto uma cuida do hardware, a outra fica em cima de transmissão por IPTV. O plano deles é vender um serviço de IPTV que funcione tanto em TVs convencionais quanto em 3D. Eles também estão tentando desenvolver um algoritmo que consiga converter filmes 2D em 3D, sem que ninguém tenha que apertar botões. Acho que isso pode zoar os clássicos, mas tenho certeza que muita gente vai curtir.
Na real, a tecnologia ainda precisa de uns acertos. Se você não ficar bem de frente para o monitor, algumas imagens não ficam muito nítidas. E criar telas grandes com esse vidro especial ainda é um processo caro. Não dá pra adivinhar o que vai acontecer. O que dá pra fazer é esperar para ver como o mercado de entretenimento adulto vai sabiamente utilizar essa tecnologia. Isso vai ser mais legal ainda.
Tentativa de exemplo em fotos (funciona bem melhor ao vivo):
Essa tecnologia 3D é velha. Nos anos 50 (talvez antes), já rolavam umas tentativas de fotos tridimensionais usando um vidro reticulado e uma imagem especificamente desfocada. A luz, ao passar por esse vidro, entra nos dois olhos de modo diferente, fazendo com que o cérebro crie a imagem de 3D (como vocês já estão cansados de saber).