O Speedy começou a passar por muitos problemas no dia 6/4. A Telefônica diz que isso ocorreu porque seus servidores foram atacados.
Assinantes do serviço Speedy, da Telefônica, enfrentam desde o início da semana problemas constantes para acessar a internet. Basicamente, como muitos já sabem, essas dificuldades têm alguma relação com servidores DNS.
Por isso, uma solução que muitos adotaram é alterar os servidores DNS que você usa para acessar a internet. Sugestão: use o OpenDNS (endereços 208.67.222.222 e 208.67.220.220).
Entrei em contato com a Telefônica, e por enquanto a empresa foge do assunto. Silêncio.
[Atualização, 14h25] Segundo nota divulgada pela empresa, “nos últimos dias, parte da sua infraestrutura que dá suporte ao acesso à internet tem sido alvo de ações deliberadas e de origem externa que acarretaram dificuldades de navegação em páginas da internet aos seus clientes”, o que o G1 interpretou como “ataques de hackers”.
A Telefônica informa que, nos últimos dias, parte da sua infra-estrutura que dá suporte ao acesso à internet tem sido alvo de ações deliberadas e de origem externa que acarretaram dificuldades de navegação em páginas da internet aos seus clientes.
Estas ações desestabilizaram os servidores DNS (Domain Name Server – Servidor de Nome de Domínio), que são equipamentos que fazem a conversão dos nomes dos websites (como, por exemplo, www.telefonica.com.br) para os endereços IP correspondentes.
Estas ações externas caracterizam-se pela criação artificial de um número elevado de solicitações simultâneas aos servidores DNS. Esta ação intencional visa esgotar a capacidade dos servidores e fazer com que as solicitações artificiais concorram com as solicitações legítimas, gerando as dificuldades de navegação em páginas de internet (portais, websites etc).
Pela natureza específica destas ações, apesar da dificuldade de navegação, em geral não há interrupção de outras funcionalidades da internet como, por exemplo, serviços de mensagens instantâneas e de trocas de arquivos por meio de redes peer-to-peer. Da mesma forma, não são afetados serviços de comunicação e rede de dados corporativas e de suporte a serviços públicos.
Ações desta natureza ocorrem com frequência em todo o mundo. A Telefônica, assim como todas as grandes empresas de telecomunicações, adota todos os procedimentos conhecidos para detecção e proteção contra esse tipo de ação e minimização e correção dos seus efeitos.
A Telefônica lamenta o transtorno causado aos seus clientes e informa que está empreendendo todos os esforços para normalizar a operação de sua rede o mais rapidamente possível. A empresa informa ainda que está formalmente comunicando os fatos às autoridades constituídas no sentido de investigar a autoria e motivação destas ações e tomar as medidas que forem cabíveis.
[Atualização, 14h40] De acordo com o UOL, o problema ocorre desde segunda. Eu só soube dele (e sofri com ele) a partir de terça.
[Atualização, 16h40] Quando o meu acesso à internet em casa começa a falhar, a primeira coisa que faço é verificar as luzes do modem ADSL, para ver se a conexão está “sincronizada”, como o suporte costuma dizer.
Em caso de falta de sincronia, aguardo uns cinco ou dez minutos para ver se ela volta ao normal. Caso isso não ocorra, ligo para o suporte e preparo o meu espírito para um dos piores atendimentos ao cliente que conheço.
Se a conexão está sincronizada, tento desligar e ligar o roteador. Se não adiantar, faço o mesmo com o modem. Caso continue sem conexão, ligo outros computadores que conectados ao mesmo roteador, a fim de verificar se o problema pode estar dentro da minha máquina. Junto isso a uma série de procedimentos como pingar os servidores DNS da Telefônica (200.204.0.10 e 200.204.0.138, até onde sei) e sites populares, como o Google e portais brasileiros e gringos, trocar os meus servidores DNS e procurar mensagens os registros de eventos do sistema. Faço de tudo para tentar solucionar o problema sozinho, tudo para evitar o péssimo suporte oferecido pela empresa.
Às vezes, é inevitável, como foi o caso de um problema que tive na semana passada. O problema mais comum aqui em casa é a falta de sincronia, que geralmente dura menos de um minuto (o que já é muito).
Como muitos já sabem, os problemas recentes têm alguma relação com os servidores DNS. Um sintoma comum em casos como esses é que a navegação não morre completamente, ela fica desorientada e instável. Por exemplo, ontem eu conseguia acessar o UOL e mais um ou outro site brasileiro, mas era impossível entrar no Google. Às vezes ocorre de o Messenger continuar conectado, enquanto é impossível navegar pela Web.
Quando isso ocorre, a primeira tentativa a ser feita é a troca do servidor DNS. E uma das alternativas mais populares para isso é recorrer ao OpenDNS. No site eles ensinam a configurar seu servidor, roteador ou computador para usar o serviço. Eu particularmente uso o OpenDNS numa boa, mas algumas pessoas têm restrições ao serviço, principalmente quanto ao redirecionamento de buscas e domínios não encontrados.
OpenDNS oferece tutoriais para configurar o servidor DNS
Caso você prefira, a Abusar tem uma grande lista de servidores DNS. Alguns endereços podem estar desatualizados, mas boa parte deve funcionar sem problemas.
O Procon-SP notificou a Telefônica ontem e espera uma resposta até o final da tarde de hoje. Segundo o órgão, os assinantes do Speedy prejudicados têm direito a desconto na conta do serviço.
Torço para que a empresa conceda esse abatimento automaticamente, como ela fez no caso do “apagão” do ano passado.
Normalmente, a Telefônica não faz isso por iniciativa própria – ela espera os usuários insatisfeitos ligarem para solicitar o merecido desconto, que é concedido apenas aos que assim fizerem. Ou seja, além de o pobre cliente sofrer com problemas de conexão, ele precisa ter o saco de ligar para a Telefônica, a fim de solicitar o abatimento. Triste.
Não bastasse todo esse sofrimento, muitas vezes ele ouve a resposta: “O sr. só pode solicitar o desconto após receber a conta.” Quer dizer, não é possível pedir o desconto antecipadamente, o assinante deve esperar a conta chegar para então se lembrar de que precisa ligar para a Telefônica para solicitar o desconto referente a problemas de conexão que ele enfrentou.
[Atualização, 11/4] O UOL relata que o Speedy continua com problemas, mas a Telefônica diz que o serviço já está normalizado.
Ontem (10) a empresa divulgou as datas e os horários dos ataques que seus servidores teriam sofrido. O ruim desta história toda é que ficamos dependentes demais das informações oficiais, que ela própria divulga. Tudo leva a crer que realmente houve ataques, mas sabemos bem que devemos sempre tomar as declarações da Telefônica “with a grain of salt”, com um pé atrás.
Eis os horários dos ataques divulgados por ela:
- 06 de abril, por volta de 22h15, com duração aproximada de 30 minutos;
- 07 de abril, por volta de 11h15, com duração aproximada de 3 horas e 45 minutos;
- 07 de abril, por volta de 17h45, com duração aproximada de 3 horas e 45 minutos;
- 08 de abril, por volta de 01h40, com duração aproximada de 10 minutos;
- 08 de abril, por volta de 21h00, com duração aproximada de 01 hora e 40 minutos.
De qualquer maneira, fica a impressão de que a empresa estava despreparada para ser alvo desse tipo de ataque, o que seria de um amadorismo tremendo. E a resposta a eles foi terrivelmente lenta.
Na segunda-feira o Procon-SP deverá comentar a resposta da Telefônica à notificação enviada pelo órgão.