Ciência

Tempestade solar recorde afetou até mesmo o fundo do mar

Última tempestade solar aconteceu no início de maio, quando sensores subaquáticos registraram alterações no campo magnético da Terra
Imagem: NASA/Reprodução

Além das auroras boreais e austrais, o impacto da tempestade solar que aconteceu no início de maio também foi sentido no fundo do mar. Em comunicado, a ONC (Ocean Networks Canada) divulgou registros de seus mais de 12 mil sensores espalhados pelo fundo do mar planeta afora.

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Entre eles, há bússolas subaquáticas, localizadas a mais de 2,7 quilômetros de profundidade. Em geral, simultaneamente ao período de atividade de grau 5 do Sol — o mais alto na escala das tempestades solares –, os dispositivos da ONC detectaram distúrbios e anomalias no campo magnético da Terra

O observatório NEPTUNE, perto da Ilha de Vancouver, no Canadá, registrou a maior anomalia. No total, a bússola mudou de direção entre +30 e -30 graus.

“O alcance dessas gravações de dados a quilômetros abaixo da superfície do oceano destaca a magnitude da explosão solar no último fim de semana e sugere que os dados podem ser úteis para entender melhor a extensão geográfica e a intensidade dessas tempestades,” disse Kate Moran, presidente e CEO da ONC, no comunicado.

É o campo magnético da Terra que protege o planeta dos jatos espaciais de uma tempestade solar. Dessa forma, quando o Sol entra em alta atividade e emite partículas energeticamente carregadas de sua coroa, o campo magnético atua como um escudo e elas não adentram a atmosfera terrestre.

Não é a primeira vez

O ONC já registrou outras anomalias no campo magnético da Terra que, provavelmente, receberam influência da atividade do Sol. Por exemplo, os dispositivos registraram as mesmas flutuações no campo magnético nos dados, embora em uma escala menor, em março de 2024.

O pesquisador que notou as alterações foi Alex Slonimer. Ele logo descartou a possibilidade do impacto indicar um terremoto. Isso porque as mudanças nos dados estavam durando muito tempo e aconteciam simultaneamente em diferentes locais.

Por isso, ele se lembrou que o Sol está em seu pico de atividade neste ciclo solar e investigou a relação entre os fatos, concluindo que foi a estrela que influenciou as bússolas abaixo do mar.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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