Uma equipe de cirurgiões em Oxford (Inglaterra) usou uma nova forma pioneira de terapia genética para impedir que seis de seus pacientes ficassem cegos. E acredita-se que a técnica pode ser usada para tratar a cegueira de forma geral.
Os pacientes sofrem de coroideremia, uma doença genética que mata lentamente as células de detecção de luz na parte de trás do olho. Inicialmente, a doença causa dificuldades ao ver em pouca luz; com o tempo, a visão piora gradualmente. A maioria dos pacientes perde a visão por completo quando atingem a meia-idade. O pior de tudo é que não há tratamento.
No entanto, Robert MacLaren e sua equipe vêm experimentando uma nova técnica: injetar cópias funcionais do gene CHM – que é defeituoso nos pacientes – diretamente na retina. De acordo com os resultados, publicados hoje na revista Lancet, a técnica claramente funciona: ela interrompeu a cegueira em seis pacientes.
Os pesquisadores relatam que, em dois pacientes, a visão foi além de se estabilizar: ela melhorou, especialmente à noite. “Minha visão de cores melhorou. Árvores e flores parecem muito mais nítidas, e eu consigo ver as estrelas pela primeira vez desde os 17 anos, quando a minha visão começou a se deteriorar”, disse um dos pacientes à BBC.
Isso é uma notícia maravilhosa, mas pode ficar ainda melhor. Em declaração à BBC, o professor MacLaren explicou que “[o]s mecanismos de coroideremia e o que estamos tentando fazer com o tratamento será amplamente aplicável a formas mais comuns de cegueira”. Em outras palavras, a terapia genética pode um dia ser usada para tratar vários tipos de cegueira, não apenas este. Mal podemos esperar para ver isto. [Lancet via BBC]
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