Terminada construção da maior câmera digital do mundo, com tamanho de um Fiat Mobi
Após duas décadas de pesquisa, astrônomos e engenheiros do Laboratório Nacional de Aceleradores SLAC, vinculado à Universidade Stanford, anunciaram a conclusão da maior câmera digital do mundo.
Batizada Legacy Survey of Space and Time (LSST, na sigla em inglês), a câmera de 3.200 megapixels promete revolucionar a compreensão humana do universo. Ela tem uma estrutura comparável ao tamanho de um Fiat Mobi, e pesa cerca de 3.000 kg.
A expectativa é que a LSST aumente em pelo menos dez vezes o número de pequenos objetos espaciais conhecidos. Além disso, deve melhorar em até 100 vezes as medições da posição de todos os corpos desse tipo.
Como funciona a nova câmera
Seu sistema óptico é composto por três espelhos esféricos e filtros de troca rápida, capazes de capturar luz em uma ampla gama de comprimentos de onda, do ultravioleta ao infravermelho próximo.
A câmera LSST foi projetada para fornecer um campo de visão de 3,5 graus. O equipamento ficará no Observatório Vera C. Rubin, no Chile, e acoplada no topo do Telescópio de Rastreio Simonyi.
O observatório fica a 2.500 metros acima da montanha Cerro Pachon, 560 quilômetros ao norte de Santiago, capital do Chile. Esse posicionamento estratégico permitirá que a LSST capture imagens com detalhes sem precedentes. De tão potente, ela poderia identificar uma bola de golfe a uma distância de 24 quilômetros.
O objetivo principal da missão é investigar lentes gravitacionais fracas. Esses fenômenos podem revelar informações sobre a expansão do universo e a natureza da energia escura. Além disso, a sensibilidade da câmera permitirá um mapeamento detalhado da Via Láctea, oferecendo insights sobre sua estrutura e evolução.
Os cientistas também planejam usar a câmera para explorar nosso próprio sistema solar, estudando a formação de asteroides e identificando possíveis ameaças à Terra.