Testes com vidro biodegradável indicam futuro das telas de celular

Uma equipe de pesquisadores chineses desenvolveu uma nova forma de produzir vidro, com materiais de menor impacto para o meio ambiente. O novo vidro biodegradável é fabricado a partir de aminoácidos de origem biológica ou peptídeos que permitem maior durabilidade dos materiais.

Essa descoberta pode representar o futuro das telas de celulares e outros dispositivos digitais.

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O vidro apresentou uma combinação única de propriedades funcionais e características ecológicas, incluindo boas propriedades mecânicas e processabilidade flexível, bem como a desejada biodegradabilidade.

“O conceito de vidro biomolecular, para além dos vidros ou plásticos utilizados comercialmente, pode estar na base de uma tecnologia verde para um futuro sustentável”, afirma Yan Xuehai, do Instituto de Engenharia de Processos da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, que liderou o estudo.

Apesar disso, a novidade não deve chegar tão cedo nos celulares e em outros eletrônicos. Segundo o pesquisador, o vidro biomolecular está em fase de laboratório e longe de ser comercializado em grande escala.

Os perigos do vidro tradicional para o meio ambiente

O vidro está presente em muitos elementos do nosso dia a dia, como nas janelas e telas de dispositivos. Contudo, o material leva muitos anos para se decompor. Pesquisas recentes sugerem que garrafas de vidro podem ser mais nocivas à natureza do que garrafas plásticas, ao contrário do que muitos pensam.

É o que mostra um estudo de 2020 da Universidade de Southampton, na Inglaterra. De acordo com a pesquisa, embora o plástico não possa ser reciclado infinitamente, seu processo de fabricação consome menos energia, uma vez que o ponto de fusão do plástico é mais baixo do que o do vidro.

Hoje, a preservação do meio ambiente é uma preocupação das grandes companhias de tecnologia, muito em função da visão ESG, um dos temas mais atuais no ecossistema corporativo. No que se refere à sustentabilidade, a grande maioria das empresas prestam contas em relação às práticas e decisões relacionadas aos materiais utilizados na fabricação de seus produtos.

Em 2008, a Apple deixou de utilizar arsênio na construção das suas telas e monitores, por exemplo, atitude que serviu como modelo para outras empresas. Desde então, pouco se fala sobre mudanças no que se refere ao uso do vidro nos celulares, já que o material é considerado sustentável. A descoberta dos pesquisadores chineses aponta para um possível ponto de atenção para as empresas nos próximos anos.