A produção de lives no TikTok narrando a realidade de refugiados se tornou uma febre na rede social e uma forma desse grupo pedir assistência social. E, embora a iniciativa seja benéfica para eles, o que uma investigação da BBC mostrou foi que o TikTok está lucrando com essas histórias.
De acordo com a reportagem britânica, em média, uma pessoa que faz uma live no TikTok recebe US$ 1.000 (cerca de R$ 5.323,24) por hora de transmissão. Porém, pouco dinheiro fica com o produtor de conteúdo, uma vez que a empresa recebe até 70% dos lucros.
O dinheiro vem de doação por meio dos “presentes” no TikTok — uma ferramenta virtual, mas que obtém dinheiro real dos usuários da rede social. Esses presentes variam desde centavos até US$ 500 (cerca de R$ 2.661,62).
Para entender melhor essa dinâmica, a BBC realizou um experimento de cinco meses: um repórter na Síria entrou em contato com uma agência afiliada ao TikTok afirmando ser um morador dos campos de refugiados.
Atualmente, agências oferecem ferramentas de apoio, como smartphones, para refugiados que não possuem aparelhos ou contas na rede social.
Após esse contato, o repórter da BBC obteve uma conta e entrou no ar. O resultado foi a arrecadação de US$ 33 (cerca de R$175,67) dos US$ 106 (cerca de R$564,66) enviados pela redação da BBC para o teste.
Esse valor final diminuiu mais ainda quando 10% dos US$ 33 foram retirados para a transferência do dinheiro.
Questionada sobre o procedimento, o TikTok declarou à BBC que a investigação apontada pela rede britânica levantou preocupações internas. “Esse tipo de conteúdo não é permitido em nossa plataforma e estamos fortalecendo ainda mais nossas políticas globais sobre a mendicância exploratória.”
