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Em “Memoria”, Tilda Swinton vive com um som misterioso que não sabe explicar o que é

Filme estreia nesta quinta-feira (15) no Festival de Cannes, ainda sem data de lançamento no Brasil.

Memoria

O longa se passa na Colômbia, onde Swinton deve descobrir a causa para sua "síndrome sensorial misteriosa". Imagem: Neon

A Neon, distribuidora por trás do filme vencedor do Oscar Parasita, divulgou o trailer de Memoria, novo filme do aclamado cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul (Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas), que tem Tilda Swinton no papel principal.

No vídeo, vemos o trabalho sonoro ao retratar uma mulher que viaja pela América do Sul enquanto tenta resolver o mistério de sua “síndrome sensorial misteriosa”.

O longa é centrado em Jessica Holland (Tilda Swinton), uma escocesa em visita à Colômbia que está tentando encontrar a resposta para os sons que continua ouvindo em sua cabeça. Weerasethakul disse ao La Tempestad no ano passado que escreveu o papel com Swinton em mente e, durante o processo de filmagem, “foi ela quem me mostrou essa personagem”.

O trailer é bastante vago, mas cria um clima único fazendo bom uso do áudio, dando um ar de mistério. Além do cenário de sons e selvas, existem referências à trepanação, um procedimento cirúrgico em que é feito um orifício no crânio. O método era usado para aliviar a pressão, mas nos tempos antigos era realizado em pessoas (muitas vezes contra a própria vontade) para “deixar os espíritos malignos saírem”.

Em entrevista recente para o The Hollywood Reporter, Weerasethakul disse que se inspirou para escrever o filme enquanto estava viajando pela Colômbia e descobriu que estava desenvolvendo os sintomas da Síndrome da Cabeça Explosiva, uma condição médica em que as pessoas acordam com o som de uma explosão. A partir daí, Memoria se torna uma história (em inglês e espanhol) da protagonista se descobrindo, enquanto ela tenta encontrar respostas para sua condição. É físico, psicológico ou talvez algo sobrenatural?

“Tornou-se a história de uma mulher que está meio que vagando entre os lugares, e não sabemos muito sobre sua formação. Eu realmente não me importo com isso. Se você conhece meus filmes, é mais sobre o momento”, afirmou o diretor. “Em retrospecto, acho que todo o filme é sobre cura e é sobre encontrar a si mesmo. Ou apenas encontrar uma conexão com um lugar e seu povo, todas as diferentes camadas lá — e como você deve passar pelo processo de simulação e transformação interna. Espero que o filme se traduza assim. Desculpe, eu não posso explicar. Acho que mesmo depois de ver o filme, você realmente não sabe do que se trata. São apenas sentimentos”.

Memoria fará sua estreia no Festival de Cannes nesta semana. Por ora, nenhuma data de lançamento foi anunciada.

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