A TIM anunciou hoje a criação da AppShop, sua loja de aplicativos feita em parceria com a Qualcomm. Segundo a empresa, já são mais de 500 títulos (entre jogos, apps de música, finanças etc.) compatíveis com mais de 100 celulares vendidos pela operadora, já que a tecnologia usada é o Java, velho de guerra. E o anúncio deixa bem clara a política da empresa: massagear o cérebro dos dumbphones.
Imagine a situação hipotética: cara descolado com bolsa transversal e cachecol chega com smartphone com Android/iOS e fala “ah meu amigo, você aí com esse dumbphone furreca, aqui eu tenho uma App Store cheia de aplicativos de gases e…”. Você, saca seu aparelho humilde e abre uma loja de aplicativos com vários jogos, apps de musica, redes sociais etc. “Mas e a internet para baixar tudo isso, meu camarada?”, pergunta o primeiro, dando um riso nervoso. “Ah, eu pago 50 centavos por dia para usá-la. E só quando eu quero”. Fim de uma amizade.
Isso, meus amigos, faz parte do plano mirabolante da TIM para transformar os milhões de celulares com baixo QI do Brasil em aparelhos inteligentes e descolados, sem a necessidade de gastar mais de mil reais para isso. Claro, há limitações técnicas que os dumbphones sempre terão em relação aos smartphones – resolução de tela, velocidade de processador, e até o uso único de Java para desenvolvimento – mas num pais como o Brasil, onde um smartphone chega por R$1.799 e a gente chega a achar isso “bom”, dá para imaginar um enorme nicho que a TIM quer atingir. Em vez de desembolsar muito num aparelho moderno, você pode ir dando um jeito aqui e ali com seu aparelho atual. E como uma infinidade de aparelhos de todas as empresas usam Java, há uma possibilidade real da AppShop dar certo.
Outro detalhe interessante é que a navegação pela loja direto do celular, feita pelo site www.timappshop.com, não será cobrada, para você não entrar em pânico depois de dois minutos tentando baixar um aplicativo. Há aplicativos gratuitos e pagos que variam de 99 centavos a R$9,90, e o valor é debitado na fatura, para quem é pós-pago, e nos créditos, para quem é pré-pago.
Nós ainda preferiríamos se os smartphones chegassem com preço mais digno, mesmo com os subsídios das operadoras, mas já que esse papo parece utópico por enquanto, é interessante ver soluções para colocar mais e mais gente no mercado móvel brasileiro, sem depender de aparelhos robustos. [TIM]